Escrito en
BLOGS
el
A mídia mais importante para 88% dos brasileiros é a internet. Este é o resultado de uma pesquisa com mais de duas mil pessoas realizada pela comScore, em parceria com o Interactive Advertising Bureau (IAB). A televisão vem em segundo lugar, com 55% da preferência, seguida pelo jornal (44%) e pelo rádio (28%). As revistas ficaram com 27%.
Quando estive na Secom, em audiência com a ministra Helena Chagas e o secretário da área de publicidade, Roberto Messias, tratando da questão das verbas públicas, num dado momento lhes disse que a Secom não respeitava na distribuição dos recursos uma pesquisa que a própria Secom fez no começo de 2010 sobre os hábitos de comunicação do brasileiro.
A ministra desconhecia a pesquisa. Roberto Messias, afirmou conhecê-la, não a contestou, mas deu a entender que ela não teria validade para aquele debate.
Insisti que era importante saber qual a porcentagem de tempo que as pessoas utilizavam com cada meio e como elas tomavam suas decisões para que a publicidade do governo não fosse distribuída de forma equivocada. A ministra concordou e, em frente a outros diretores da Altercom, solicitou a Messias que encomendasse uma nova pesquisa sobre o tema.
Não sei se isso ocorreu, mas o fato é que esse levantamento divulgado hoje ajuda na reflexão do debate que nós da Altercom temos feito com a Secom. Não faz o menor sentido que no atual cenário midiático, o governo brasileiro concentre mais de 60% dos seus recursos com publicidade na TV aberta (e metade disso na Globo). Os dados acima e abaixo demonstram o quão absurda é tal opção.
Tempo livre
Uma das perguntas da pesquisa foi a de que meio a pessoa escolheria se tivesse 15 minutos de tempo livre no dia. Sete em cada dez escolheriam uma atividade online – como navegar por redes sociais, ler emails ou trocar mensagens instantâneas. Apenas 10% demonstraram interesse por assistir TV, e 3% por ouvir rádio.
O estudo também revelou que 74% dos usuários de internet fazem pesquisas pela web sobre os produtos que desejam comprar em lojas físicas. Entre este público, 66% concordam que os anúncios online os influenciam a procurar mais informações sobre as marcas anunciadas.
Ou seja, a mídia do governo não é técnica. Se fosse, não desprezaria os dados dessa nova realidade. E não estaria concentrada em apenas dois ou três grandes grupos.