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Este ingênuo blogueiro ainda não conseguiu descobrir o motivo, mas o jornal da família Mesquita já decidiu que não quer o neto do ex-governador de São Paulo como candidato a prefeito de São Paulo.
Num jornal como o Estadão um repórter não costuma ser pautado para checar no site de um deputado, no caso Bruno Covas, qual a quantidade de emendas parlamentares que ele teria aprovado.
E digo mais, dificilmente um repórter se daria essa missão se alguém não tivesse cantado a bola.
Na cobertura política, cantar a bola é quando, em geral, um aliado do investigado entrega o caminho das pedras.
Diz, assim como não quer nada: “olha, parece que o Bruno Covas conseguiu aprovar 8,2 milhões de emendas em 2010, o que é quatro vezes mais do o governo libera para os deputados. Eu ouvi que tem um dossiê rolando com esses dados”.
O repórter ingênuo, como este ingênuo blogueiro, então pergunta: “E você sabe quem fez isso? Será que ele topa me passar esse estudo?”
O atencioso interlocutor passa o contato, mas “implora” para você não dizer pra ninguém que foi ele quem te deu o caminho das pedras.
Ingenuamente você vai falar com a pessoa que teria feito esse trabalho. Ele faz cara de espanto, pergunta quem te disse isso, resmunga e tal.
Você (pra manter as aparências do jogo) ingenuamente fala ficou sabendo nos corredores. E o tal assessor passa o dossiê completo da história. Como se ele não tivesse combinado com a pessoa que te apitou a história.
Claro, que você fica na miúda. Vai pra redação e informa a chefia.
Quando a matéria atinge gente graúda, a decisão passa pelo último andar.
E só se o veículo achar que alguém vai te furar é que ele dá um jeito de publicar sem destaque. Quase que derrubando a pauta, ao liberá-la.
Não foi o que aconteceu no caso dessa matéria do Estadão. O jornal jogou Bruno Covas aos leões. Mandou-o para o paredão;
Um amigo meu que conhece muito bem um candidato que foi derrotado nas últimas eleições presidenciais diria, que isso é coisa dele.
Eu, como não tenho informações de bastidores e nem conheço a fera tão bem, não digo nada.
Mas é bom prestar atenção nessa história.
PS1: Eu não estou dizendo que o repórter do Estadão não fez o serviço direito e nem que o suposto roteiro acima tenha sido o vivido por ele. Só quero registrar que em muitos momentos as coisas se desenvolvem assim.