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Ontem Ronaldinho Gaúcho, certamente um dos maiores craques de futebol da primeira década deste século, foi anunciado como jogador do Flamengo. Ele volta para o país na baixa, mas, ao mesmo tempo, só porque o Brasil está na alta. Caso contrário, teria ido jogar no Uzbequistão, no Emirados Árabes ou no Kuwait. Como muitos outros craques em outros momentos.
O país tem repatriado vários jogadores de futebol de expressão e conseguido manter outros que já teriam ido para o exterior porque sua economia é hoje mais estável e pujante do que em outras épocas. Porque tem um mercado interno que consome e que também é movido por ações de marketing que necessitam de estrelas expressivas, como jogadores de um porte de Ronaldinho Gaúcho.
Aliás, não é nem a principal estrela desta festa nem o precursor deste movimento. A bem da verdade, o repatriamento de atletas teve início em outros esportes antes de chegar ao futebol. Antes do sucesso do governo Lula toda a nossa seleção masculina e feminina de vôlei jogava em outros países, com destaque para a Itália. Atualmente quase todos estão no Brasil, espalhados em times de capitais ou mesmo de cidades como Araçatuba, no interior de São Paulo, onde o Vôlei Futuro tem entre seus atletas do masculino jogadores como o armador Ricardinho. O investimento no feminino e no masculino tem garantido títulos e retorno para a cidade e para os patrocinadores.
No futebol, o início desta nova se deu com a ação de risco e muito bem sucedida do Corinthians ao trazer Ronaldão. O time, mesmo com o craque tendo vários problemas de contusão, conseguiu aumentar suas receitas e conquistar o título Campeonato Paulista e da Copa do Brasil no ano passado.
O Santos também foi importante para essa onda de repatriamento, quando trouxe Robinho de volta para a Vila Belmiro. Naquele momento parecia uma operação impossível, já que o atacante tinha mercado internacional entre grandes times e poderia muito bem ir para um grande centro europeu. Mas uma arquitetura econômica garantiu seu empréstimo por seis meses e isso foi fundamental para que Ganso e Neymar alcançassem um outro patamar no futebol. Também foi importante para que a operação Fica Neymar desse certo. Agora o Santos trouxe, sem muito alarde, um outro grande craque, Elano.
Outros times vão trazer grandes jogadores nos próximos meses. Este movimento de repatriamento, porém, não se explica pela “profissionalização do esporte”, como sugerem alguns colunistas da mídia esportiva. Explica-se pelo sucesso da economia nacional, pelas conquistas obtidas durante o governo Lula.
Mas você dificilmente vai ler algo sobre isso na mídia tradicional. Não interessa debater o contexto, neste caso. É mais fácil fazer de conta que ninguém sabe quem é o autor do gol.