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As reportagens que estão sendo produzidas a partir da liberação de documentos públicos tratados como secretos pelo governo dos EUA apontam para um novo momento nas relações democracia e mídia e podem ser a base para a construção de um novo tempo nas relações entre público e privado.
No texto onde revela que “foi convidada por Julian Assange e sua equipe para trazer ao público brasileiro os documentos que interessam ao nosso país”, a jornalista Natália Viana chama isso de transparência radical. Arriscaria chamar esse novo processo de “democracia sem intermediários”. Nem governos nem a mídia podem ter o controle sobre as decisões e as informações que dizem respeito a toda a sociedade.
Aliás, parabéns ao Opera Mundi, que tem como editor o parceiro Breno Altman, e em especial à Natália Viana, que mostra mais uma vez que é jornalista de fino faro.
Ainda há muitos documentos dessa primeira leva que a WikiLeaks teve acesso (251,287 textos) para serem trabalhados. Mas mesmo isso é só o começo.
A partir dessas revelações o que está em jogo é a democracia fake a que estamos submetidos e esse jornalismo faz de conta, que tem como prioridade o sucesso comercial dos projetos e não a defesa do interesse público.
A defesa do WikiLeaks passa é fundamental para pavimentar o caminho da radicalidade democrática. E por isso é jogar contra esse processo ficar dando vazão a teorias conspirativas. Duvido que o vazamento desses documentos tenha a ver com a tentativa de desmoralizar ainda mais o governo Obama, até porque há muitas revelações contra a gestão Bush. Mas mesmo que fosse isso, há um jogo muito maior sendo jogado. E que nos interessa a todos, o jogo do fim das mediações.