Folha de amanhã vem com histórias da ditadura (atualizada)

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Atualizando: A matéria que segue não se confirmou. A Folha por algum motivo (talvez ter sido antecipada por blogues como este) decidiu não publicar a reportagem que estava preparando. Este blogue não publica boatos. Confirmei a história com gente que conheço no jornal. Na pauta da edição de hoje do caderno Brasil constava  durante o dia de ontem o tópico: "cronologia de Dilma na ditadura". Isso sinalizava que se tratava de uma retranca da matéria principal. De qualquer maneira, a matéria pode só ter sido adiada.  Para compensar a publicação da reportagem de hoje sobre o esquema no Metrô de São Paulo, que atinge diretamente o candidato Serra, a Folha de amanhã deve trazer uma reportagem sobre as ações de Dilma na época da ditadura militar. O jornal dos Frias não esperava que o resultado das licitações do metrô saísse neste momento. Por isso titubeou em publicar a reportagem. Tinha o resultado desde quinta-feira e só deu a matéria hoje. Sem que fosse a manchete do dia. Ou seja, publicou para que a história não vazasse. E se isso viesse a ocorrer o jornal ficaria completamente desmoralizado. Amanhã, a Folha vai pra cima de Dilma. E ainda vai poder dizer que é independente. Afinal, publicou o esquema do metrô. Até onde apurei, a reportagem de amanhã será sobre ações de Dilma na época da ditadura e o jornal vai fazer, inclusive, aqueles típicos esquemas com “cronologia dos fatos”. Como o jornal não conseguiu obter a ficha de Dilma da época da ditadura por meios oficiais, a reportagem se basearia em documentos de arquivos públicos que estão em posse de uma universidade. Quem conhece documentos escritos por serviços secretos da época do regime militar, sabe como eles são “confiáveis”. A descrição dos personagens é algo estapafúrdio. Qualquer pessoa se transformava em perigoso terrorista. Os delatores, para valorizar o relatório que produziam, sempre superestimavam as ações dos personagens que investigavam. A ficha de Dilma, se vier a ser revelada, vai estar eivada de adjetivos comprometedores. E por isso a Folha quer tanto ter acesso a ela. Para a campanha de José Serra nada melhor do que um documento como este para usar no seu programa eleitoral. Para Ali Kamel, nada mais impactante do que lembrar das ações de conflito na época da ditadura e buscar relacionar alguns daqueles fatos à mente terrorista de Dilma. A Folha de amanhã quer jogar mais álcool na fogueira das eleições nesta reta final da campanha.