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Por causa da questão da multiplicação dos reais nos cofres de Antônio Palocci e o vai não vai de sua saída do governo, uma questão importante foi noticiada sem a devida importância que merecia.
É a greve dos bombeiros do Rio de Janeiro, ou melhor, a repressão à greve deles, com mais de quatrocentas prisões, ameaças de demissão e a xingamentos do governador fluminense.
O Corpo de Bombeiros uma instituição militar respeitada nas cidades em que ele existe. E de repente, eles partem para a greve, ocupam um quartel e são chamados de vândalos.
Por quê?
Quando eu soube do salário deles no Rio, fiquei espantado é por eles não terem feito greve antes. Segundo o noticiário da televisão, o salário base inicial dos bombeiros cariocas é R$ 350. Com “vantagens”, chega a R$ 950!
Então pergunto: o salário base de um servidor público pode ser menor, e bem menor, que o salário mínimo, que é de mais de R$ 500?
Mas o governador Sérgio Cabral Filho disse que a questão do salário dos bombeiros está sendo resolvida com um plano de recuperação salarial geral, no estado, com aumento de 1% ao mês. Nas contas do governador, assim, em 2014 os bombeiros estarão ganhando R$ 2.500 por mês.
Olha, acho que o respeitável Sérgio Cabral pai não pôs o filho em boas escolas. Como é que em três anos, com aumento de 1% ao mês, R$ 950 virarão R$ 2.500?
Ah, as notícias são também de que os péssimos salários no estado do incluem médicos, e principalmente professores – então quem passa pelas escolas públicas cariocas pode até acreditar na matemática do governador.
Quer dizer, os serviços públicos essenciais, prioridades em todos os comícios pré-eleitorais, só são prioridade nos comícios mesmo. Como sempre.
E como comecei citando o caso Palocci, será que ele não aprendeu nada com a perda de cargo no ministério Lula? Repetiu a dose.
Não há defesa para o caso. Os parlamentares da oposição vão deitar e rolar em cima. Mas tanto no caso de oposição como situação, acho que o que acontece é que os pegos com a mão na massa são cassados pelos que não foram pegos.