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Quer conhecer a lógica que move a campanha de Jair Bolsonaro? Então largue o que está fazendo e corra ao Netflix assistir o documentário "Get me Roger Stone"!
Em 1h40 de conversa reta e direta, você fica sabendo quem é o cérebro por trás da comunicação de campanha de Donald Trump.
Esqueça o que aprendeu até aqui sobre disputas eleitorais. Saiba que não há problema algum em disseminar mentiras cabeludas sobre seu oponente, em falar de sua vida pessoal, de sua religiosidade ou orientação sexual. Roger Stone elevou o amoralismo ao seu máximo valor de mercado. "Vencer é o que importa", diz ele em algum momento do vídeo.
Sim, Roger Stone, o cara que sacou que dez tuíteres valem mais que um programa de governo. O cara que trouxe para a campanha um certo Steve Bannon, outro ativista da extrema-direita estadunidense e que possivelmente assessora o postulante fascista em nosso país.
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Stone emerge das catacumbas do escândalo Watergate aos 19 anos, quando já realizava parte do serviço sujo do Partido Republicano, em 1972. Aliás, Richard Nixon, o presidente que se beneficiaria da situação e que renunciaria dois anos depois, é seu ídolo maior. Como prova, mostra uma tatuagem do ex-presidente nas costas.
Aos 66 anos, Stone exibe invejável trajetória de alpinista social e político, da qual se orgulha. Integrou a equipe pessoal dos presidentes Reagan, Bush pai e Bush filho e enxergou ilimitado potencial, ainda nos anos 1980, no biliardário Donald Trump. Ator frustrado, define a política para além do espetáculo: "É o show business das pessoas feias".
Stone não esconde seu jogo. Ganhar sempre, ganhar muito dinheiro. "Cago para meus críticos", diz ao final.
É preciso ver "Get me Roger Stone" para entender o Brasil de 2018.
A preciosa dica é de meu camarada Jessé Souza.
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