No viveiro Brasil tem muito avestruz, muito pavão para pouco João de Barro
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Estamos mesmo vivendo tempos esquisitos, onde quem perde é a cognição, o debate inteligente e a perspectiva de futuro do Brasil.
De um lado os ‘iluminados’, assessores, mais empoderados que o rei que entendem de estratégias (geralmente a estratégia é trazer mais inimigo para dentro de um governo que foi eleito pelas forças progressistas da sociedade). É a estratégia do abaixabundismo até o cofrinho aparecer, porque não há lógica neste nível de rendição.
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Tais nomeações passam ao largo da ideia de republicanismo, na medida em que se traz para dentro do governo (que nunca é demais lembrar, foi eleito pelas forças progressistas do país) exatamente aqueles que querem acabar com o Estado, vivem pregando Estado Mínimo, privatização de tudo, acham que problemas da periferia devem ser discutidos longe da Paulista, pregam abertamente que ‘imposto é roubo e sonegação é autodefesa’ que querem a eliminação física da esquerda, adoram a ditadura militar (rezam em suas micaretas pela volta da tortura, lamentam que todos presos políticos não tenham sido assassinados) e querem o fim de políticas públicas inclusivas (mesmo que façam usos delas). são essas bandeiras que permeiam os apoiadores das micaretas de 15 de março, 21 de abril e 16 de agosto.
De um dia para o outro, esses seres pavões verde amarelos que pregam cotidianamente o golpe e não respeitam o pleito eleitoral são nomeados em cargos comissionados sob tutela e defesa dos avestruzes. E pasmem, os avestruzes tem argumentos:
“Tô quase (quase) convencida que petista não entende de tática... Qta falta faz um sun tzu na vida da pessoa!O raciocínio da turma dos avestruzes é sempre o mesmo:
“Cobrar uma indicação?????????????? Sério???????? Estamos na lona, pessoal ...... Muito por conta da nossa própria arrogância... Precisamos sair dela (da lona)...... E não tem saída hoje sem o centro..... Capiche.....”
E aí, a turma dos avestruzes vão chamar os neopetralhas de cargo comissionado de ‘companheiros’? E a turma dos pavões vão fazer o que com os neopetralhas traidores que vão pavonear no Estado que querem destruir?
Enquanto isso Levy acumulando cargos e vai fazendo a transição branda neoliberal, dando as cartas.
Minha pergunta para os avestruzes: vale a pena estar no governo e não governar?
Agora voltemos aos pavões e sua contínua batalha de destruição do Estado.
É muito curioso examinar o discurso desta gente:
Percebam, os pavões não cobram melhores serviços públicos, eles querem a destruição do público e para os trabalhadores que pagam mais impostos que os ricos, que se lixem, que se organize campanhas de 'caridade'.
Uma coisa que me chama a atenção é como esses pavões adoram o termo “Novo” para vender ideias velhas. É só examinar as premissas do Partido ‘Novo’ que anda enganando bem a parcela da juventude da classe C, a mesma parcela de jovens que se não fosse o Estado jamais poria o pé numa instituição pública como as universidades.
Essa parcela grita nas ruas e nas redes sem qualquer constrangimento: ‘imposto é roubo’, ‘sonegar é autodefesa’ “eu não tenho de financiar políticas públicas e serviço pra pobres”. Boa parte dos pavões jovens sem qualquer constrangimento em vomitar suas sandices nas redes e nas ruas pertencem à Classe C despolitizada. De modo algum acham contraditório repetir o discurso da elite que oprimiu gerações da classe C, porque agora esta classe C se acha ‘classe média’ e se espelha nela.
Já que imposto é roubo e sonegação é autodefesa, resta-nos perguntar aos infelizes o que eles fazem com as próprias fezes que produzem todos os dias e com a quantidade de lixo que esses desmiolados consumistas produzem. Pois nem o mais liberal dos estadunidenses repete as sandices desses ‘novos reprodutores de ideias velhas’. Para eles o Estado é o mal maior, pregam noite e dia #vempraRua, até serem alçados a um cargo comissionado, daí apagam sua conta do Facebook.
Esses seres desconhecem completamente dados mundiais como esses.
A própria noção de que o aparelhamento do Estado é ruim é uma herança do período em que o seu desaparelhamento estava acontecendo. A palavra tomou uma acepção negativa, associado à utilização da máquina pública em benefício próprio, que não necessariamente lhe corresponde.
Afinal, para prestar serviços públicos adequados, fiscalizar a atuação política e o gasto público, para investigar crimes e planejar o desenvolvimento da nação, é necessário que o setor público possua um quadro mínimo de funcionários. No fundo, a crítica ao “aparelhamento” do Estado nada mais é do que um retorno à velha defesa de um estado mínimo. Fonte: Brasil Debate
Os pavões acreditam num capitalismo benemérito que oferecerá serviços pelo melhor preço como se capitalistas tivessem preocupação com oferta de serviços e não visassem lucro, como se tivessem recursos para pagar por serviços privados. Os pavões rechaçam todos os exemplos que mostram a realidade nua e crua do capitalismo selvagem que se apropria dos recursos do Estado, acumula lucro e não devolve em serviços para população: Unimed falida? Teles que se apropriaram de toda a estrutura da União no processo de privataria tucana, lucram na casa dos bilhões anualmente, cobram os olhos da cara na telefonia celular de qualidade duvidosa e não oferecem banda larga fora dos grandes centros cara e de péssima qualidade é só detalhe. Sabesp privatizada que especula na bolsa de Nova York e deixa o estado mais rico da federação sem água também não conta.
Por vezes eu gostaria que houvesse um planeta virgem onde esta turma de pavões pudesse ir com seus capitalistas criar o regime privatista que pregam. Penso que se esse bando de pavões tivesse poder a espécie humana correria sérios riscos (mais riscos que corremos na atualidade com o imenso poder das corporações sobre os Estados nacionais).
Mas felizmente há algo realmente novo no meio deste besteirol todo de uma esquerda que esqueceu o que é ser esquerda e de uma direita estúpida que acha que repetir 100 vezes a mesma bobagem será suficiente para tornar esta bobagem verdade.
Temos os Joãos de Barro como esta beleza aqui:
No Brasil onde avestruzes enfiam a cabeça na terra e os pavões pavoneiam suas bobagens nas redes e nas micaretas verde-amarelas, os joãos de barro tentam tocar a vida, tentam não sucumbir a esse nonsense, tentam não permitir que os Cunhas, Bolsonaros e o resto do baixo clero joguem a Constituição de 1988 no lixo antes mesmo dela ser implementada. Tentam resistir diante das investidas do próprio governo em lotear o Estado de pavões na estratégia abaixabundismo para a direita. Tentam defender e ampliar as políticas públicas de inclusão, tentam não permitir que o Estado seja saqueado pelos grandes financistas e faça a sua parte. Tentam fazer frente aos genocídios, tentam sacudir uma Justiça classista, seguem em revoada para a construção de uma sociedade mais inclusiva e mais justa.
Que os Joãos de barro tenham muita energia para enfrentar tanto avestruz com a cabeça enfiada na terra e pavões de camisa CBF desfilando nas ruas e nas redes no viveiro Brasil.