Vários blogueiros e jornalistas da imprensa de esquerda foram convidados para um café da manhã com o Ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto.
A iniciativa do governo é bastante positiva, na medida em que é uma sinalização de que o governo está aberto ao diálogo e que não se contentará em falar apenas para a grande mídia.
Rossetto deixou claro que é uma orientação da presidenta Dilma ampliar o diálogo do governo com a sociedade brasileira e declarou que a Secretaria -Geral da Presidência é o carro chefe para estimular a participação social, a partir de encontros como esse, com as Conferências Nacionais dentre outras ações. De fato isso é muito positivo.
Eduardo Guimarães abriu a rodada perguntando sobre a reação da esquerda às primeiras medidas do governo Dilma, especialmente sobre as MP 664, 665. Rossetto, argumentou que elas não mexem em direitos dos trabalhadores, os ajustes visam corrigir desvios e combater fraudes. O ministro argumentou ainda que há espaço para negociação, no entanto, de acordo com o ministro: “Conviver não significa concordar com tudo. Precisamos ter a compreensão disso e capacidade para conviver com opiniões distintas. Representa maturidade do diálogo que tem sido construído nos últimos anos” e complementou: "Nosso diálogo com as Centrais é um diálogo de duas mãos".
Rosseto frisou que não há alterações nos projetos de inclusão social e combate às desigualdades: “Abrimos mão de receitas, ampliamos gastos, toda a política de juros foi feita até agora no sentido de serem preservados direitos importantes para os brasileiros e não vamos desviar deste rumo”.
Minhas questões giraram em torno das contradições de um governo de coalização: de um lado o reconhecimento do direito social da terra e do outro a negação do latifúndio no país; de um lado a promessa de um trabalho coordenado sob a batuta da presidenta Dilma e do outro o aumento de juros, sem ouvir as centrais sindicais.
Rossetto mais uma vez assegurou que há unidade de ação do governo que pretende chegar em 2018 com crescimento econômico, com mais empregos, mais inclusão social e que o tema orientador deste segundo mandato - 'pátria educadora' - se tornará realidade com os royalties do pré-sal. E novamente reforçou que as mudanças iniciais fazem parte de um programa de desenvolvimento mais equilibrado para assegurar investimentos como os de mobilidade urbana.
Provoquei o ministro perguntando se Joaquim Levy faria um café da manhã com os blogueiros, Disse-lhe que eu acreditava que Levy possivelmente preferia tomar café da manhã com banqueiros, empresários e ruralistas. Errei de ministro, como informa a Rede Brasil Atual, enquanto estávamos tomando café com Rossetto e ele defendendo o diálogo, a ampliação da participação social e a negociação, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, encontrava-se com empresários da FIESP e afirmava: "Nós propusemos as medidas no tamanho que consideramos correto, e vamos defendê-las no Congresso, na mídia, em todos os espaços".
A seguir a íntegra da entrevista: Abaixo a opinião do ministro e de alguns blogueiros sobre a iniciativa da Secretaria-Geral da Presidência