Em 2002 Santander também fez campanha contra Lula

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Em 2002 Santander também fez recomendação negativa sobre Brasil

Por Carmen Munari | Valor

25/07/2014 às 17h32

SÃO PAULO  -  A análise do Banco Santander que veio a público nesta sexta-feira afirmando que a reeleição da presidente Dilma Rousseff seria prejudicial à economia não é a primeira incursão da instituição financeira neste tipo de posicionamento.

Em 2002, durante a turbulência financeira nos mercados brasileiros no período que antecedeu a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, o escritório de Nova York do Santander divulgou um relatório rebaixando os títulos brasileiros. Dias depois do segundo turno, o presidente do banco de origem espanhola, Emilio Botín, foi recebido por Lula, já eleito, no escritório do petista em São Paulo, e esclareceu que ele mesmo ordenou, no dia seguinte à divulgação do relatório, a demissão do analista e o fechamento do escritório.

A recomendação chamou a atenção uma vez que o Santander foi um dos maiores doadores da campanha eleitoral de Lula. Após a visita, Emilio Botín mostrou-se otimista em relação ao futuro do Brasil com a vitória de Lula, que ainda não havia tomado posse.

“O presidente Lula ganhou um apoio tão majoritário do povo brasileiro que estou convencido que o presidente e seu governo vão combinar uma política econômica responsável e equilibrada com um programa social”, disse, na época. Dois anos antes, o Santander havia adquirido o controle do Banespa com um lance de R$ 7 bilhões.

Na campanha eleitoral da presidente Dilma em 2010, o Santander doou R$ 1 milhão, enquanto o Itaú Unibanco direcionou R$ 4 milhões para o financiamento da eleição da presidente.