Pela segunda vez o sociólogo italiano Domenico de Masi faz elogios rasgados ao Brasil. Seria bom que a elite vira-lata lesse e aprendesse. E a repórter da BBC deveria explicar a Masi que o povo brasileiro não é pessimista, quem não acredita no Brasil e tenta o tempo inteiro sugá-lo é a elite com complexo de vira-latas. A charge abaixo é didática para Masi entender o que aconteceu no Brasil. Ela mostra o 'povo braZileiro #padrãoFifa". Foi esta elite made in Brazil que boicotou a Copa do princípio ao fim por interesses eleitoreiros, porque apostava no insucesso do governo Dilma. Esse "povo" ariano que tem dinheiro para fazer selfie no estádio só nasceu no Brasil, mas para ela o povo brasileiro é um estrangeiro. Domenico também precisa entender que a mídia brasileira é um partido político reacionário, não faz jornalismo, faz negócios, defende seus interesses. E seu principal interesse hoje é eleger um candidato que faça exatamente o que ela deseja, um candidato que vai acabar com as políticas públicas inclusivas e destruir o Estado, reconstruído às duras penas. A mídia monopolizada no Brasil há 12 anos tem um único objetivo: derrubar os governos progressistas eleito pelo povo brasileiro. Sugiro alguns textos para Domenico entender a esquizofrenia desta elite vira-latas e oportunista:
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Domenico de Masi (Divulgação)'Não entendo o pessimismo com a Copa', diz autor de 'O Ócio Criativo'
Luiza Bandeira, Da BBC Brasil no Rio de Janeiro
12/06/2014
Sociólogo diz que Brasil não pode mais copiar modelos estrangeiros: país precisa criar modelo autônomo. Em passagem pelo Brasil às vésperas da Copa, o sociólogo italiano Domenico de Masi, autor de O Ócio Criativo, diz não compreender o desânimo dos brasileiros com o evento. "Não entendo por que o pessimismo. Para uma pessoa não brasileira, é difícil entender", afirmou em entrevista à BBC Brasil. "Os dados estatísticos são todos positivos. Há 196 países no mundo, são 189 abaixo do Brasil. Em qual posição o Brasil deveria estar para ser mais otimista?", provocou o sociólogo.
O entusiasmo com o Brasil fica claro no livro que De Masi veio lançar no país. Em O Futuro Chegou – Modelos de vida para uma sociedade desorientada, o italiano parte da premissa de que tanto o comunismo quanto o capitalismo falharam. Analisa, então, 15 diferentes modelos de desenvolvimento com o objetivo de, a partir deles, propor um novo modelo.
"O Brasil copiou a Europa por 450 anos, mas agora o modelo da Europa está em crise. O Brasil copiou o modelo americano por 50 anos, mas agora esse modelo também está em crise. Agora, o Brasil não pode mais copiar modelos. Precisa criar um modelo seu, autônomo", disse. Na obra, De Masi destaca a "concepção poética, alegre, sensual e solidária da vida, uma propensão à amizade e à solidariedade, um comportamento aberto à cordialidade". Afirma ainda que os índios já viviam em "ócio criativo", numa síntese de estudo, trabalho e lazer.
Nesta entrevista, rebateu reportagem da revista britânica The Economist, que afirmou que os brasileiros eram improdutivos e que, "a partir do momento em que você pisa no Brasil, você começa a perder tempo". "Eu, quando chego ao Brasil, fico super produtivo", rebateu. De Masi destaca que o Brasil ainda não cumpriu seu potencial, mas é o "melhor que o Brasil já foi até hoje". "O futuro já chegou, não precisa mais esperar. Se um país é o 7º do mundo, significa que o futuro já chegou." Leia abaixo trechos da entrevista.
Brasil
A atual sociedade global não tem modelo, é preciso criar um. Para isso, temos que analisar todos os modelos, pegar as coisas boas e tirar o negativo. O Brasil tem como positivo a alegria, a solidariedade, o otimismo, o senso estético. Negativos são a violência, corrupção, analfabetismo e a distância entre ricos e pobres. O Brasil atual não é o melhor Brasil possível, mas é o melhor que o Brasil já foi até hoje. Há mais longevidade, aumentou o PIB geral e o per capita, há mais universidades, escolas, e a democracia é completa. Formação cultural
O Brasil tem quatro matrizes culturais: índia, portuguesa, africana e mundial, europeia, mas também oriental, asiática. Do modelo índio, pode-se pegar a dimensão estética, a convivência, a relação harmoniosa com a natureza. Do modelo português podemos pegar o empreendedorismo, o espírito de aventura. Da matriz africana, a preocupação com o corpo, a musicalidade, o sincretismo religioso, e do modelo que vem dos outros países do mundo, a globalidade. Pessimismo No livro, digo que os brasileiros são otimistas, com base em uma pesquisa. O resultado dela é que aspectos importantes do Brasil são a solidariedade, alegria, sensualidade, espírito de acolhimento. Não entendo por que o pessimismo com a Copa. Para uma pessoa não brasileira, é difícil entender. Os dados estatísticos são todos positivos, não são negativos. O Brasil é o sétimo maior PIB do mundo. Sabe quantos são os países? 196. O Brasil é o 7º posto. São 189 países abaixo do Brasil, de acordo com o PIB. Em qual posição o Brasil deveria estar para ser mais otimista? Não é fácil explicar o pessimismo. Se o país fez um investimento no evento, o dinheiro gasto é maior ou menor que o dinheiro que vai ganhar? Se a percepção é que os gastos serão maiores, por que o Brasil fez a Copa? Para mim, não está claro se é bom ou não.
A Copa e a Olimpíada não vão fazer os serviços melhores? Eu vi todos os aeroportos renovados. Porto Alegre, Brasília, São Paulo, Rio, estavam fazendo reformas em tudo. Aqui no Rio só vejo obras. A impressão é que há coisas mudando, mas isso vocês também podem ver.
Protestos
Eu penso que os protestos são uma fase de maturação do Brasil. A corrupção sempre esteve no Brasil. Mas a contestação à corrupção é um fato novo. É interessante porque foi a primeira vez que houve uma forte contestação contra a corrupção. Produtividade
Eu, quando chego ao Brasil, sou super produtivo. A falta de produtividade no Brasil se deve muito à desorganização urbana. O trânsito em São Paulo é sempre terrível, por exemplo. As pessoas perdem horas pra chegar ao trabalho, perde-se muita produção.
O modelo brasileiro de produtividade é muito bom, porque a relações não são só racionais, são emotivas. Isso é ótimo. Mas contra a produtividade há a desorganização e a burocracia. Aquilo que é necessário hoje a uma pessoa que trabalha é a criatividade. A criatividade é uma síntese entre fantasia e concretude. A fantasia é emotividade, e a concretude é racionalidade. O brasileiro é mais criativo, porque há fantasia e concretude. Os americanos só têm concretude. Os napolitanos, só fantasia.
Distribuição de riqueza
Os economistas falam de crise, mas não há uma crise. A crise é algo que acaba, e esse processo que está acontecendo no mundo não vai acabar. Há uma redistribuição da riqueza mundial. Os países pobres ficarão sempre mais ricos e os ricos, mais pobres.
Não li o livro do [economista francês] Thomas Piketty (O Capital no Século XXI), por isso não posso fazer um comentário. Mas esse aumento na diferença entre poucos ricos e muitos pobres não é novidade, foi dito há 15 anos no meu livro.
Há uma diferença da situação mundial e daquela de dentro dos países. A riqueza do mundo aumenta em geral 3 pontos por ano. Alguns países pobres, como a China, Índia e Brasil, há 30 anos aumentam a riqueza. Mas dentro da China, dentro do Brasil, dentro da Índia, alguns estão ficando mais ricos, e outros mais pobres. País do futuro
O Brasil copiou a Europa por 450 anos, mas agora o modelo da Europa está em crise. O Brasil copiou o modelo americano por 50 anos, mas agora esse modelo também está em crise. Agora, o Brasil não pode mais copiar modelos. Precisa criar um modelo seu, autônomo
Jorge Amando, em um livro de 1930, disse em um certo ponto que Brasil era o país do futuro. Depois, em 1941. Stefan Zweig [escritor austríaco] escreveu Brasil, um país do futuro. Depois, o governo militar, de 1964 a 1984, dizia sempre que Brasil era o país do futuro. Eu digo que o futuro já chegou, não precisa mais esperar. Se um país é o 7º do mundo, significa que o futuro já chegou.
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