Agradeço ao leitor Flávio ter me mostrado o link da matéria abaixo.
Na reproduzida ontem acabei comentando alguns absurdos que vi, hoje vou poupá-los. Todos podem notar que esses deputados têm lado e defendem um modelo desenvolvimentista da década de 1970. Só não declaram, mas conhecem e possivelmente aprovam a velha máxima do velho Oeste: 'índio bom é índio morto', porque povos indígenas não sobrevivem sem acesso a terra. Sua cultura, língua, hábitos, costumes morrem junto com a apropriação indevida de suas terras.
Não dá pra acreditar que em pleno século XXI onde desenvolvimento sustentável é a meta, onde já podemos medir, sentir e comprovar os efeitos do uso indiscriminado de agrotóxicos, por exemplo, tenhamos deputados que argumentem que povos indígenas com terra afastam investimentos e impedem o desenvolvimento de um município!
Enfim, sei que não se deve desejar mal a ninguém, mas não resisto: desejo que deputados e senadores ruralistas colham o que estão plantando.
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Proprietário de latifúndio em Araquari, SC: “Se colocarem índios aqui, a bala vai comer solta. Que não sejam loucos”Demarcação de reserva pode comprometer investimentos em Araquari
Por: Vitor Santos, Agência ALSC 16/05/2012
Sessão Ordinária - Tarde A revogação de portaria que suspendia a demarcação de reserva indígena nos municípios de Araquari, Balneário Barra do Sul e São Francisco do Sul, pode comprometer investimentos na região. De acordo com Darci de Matos (PSD), o estado “pode perder os investimentos da BMW em Araquari”. A declaração foi dada nesta quarta-feira (16) na tribuna da Assembleia Legislativa. Além disso, conforme Nilson Gonçalves (PSDB), as obras do aeroporto do município também podem entrar em “compasso de espera”, produzindo um efeito devastador nos investimentos privados. “Muitos empreendedores estão botando o pé no freio”, constatou Nilson. Segundo Darci, a área que a Funai deseja estabelecer como reserva compreende 9 mil hectares e atinge cerca de 100 proprietários nos três municípios. “Terras agricultáveis, com escritura pública registrada em cartório. E os proprietários irão receber indenizações apenas pelas benfeitorias”, lamentou. O deputado Mauro de Nadal (PMDB) destacou a insegurança jurídica e o desgaste emocional que invade os lares daqueles que, do dia para noite, perdem o domínio das terras que cultivam. Nadal criticou o poder excessivo concedido aos técnicos da Funai e afirmou que o processo de demarcação precisa ser revisto e ganhar um novo regramento. Os deputados Darci e Nilson, que têm base eleitoral no Norte do estado, informaram que vão bater à porta do Ministro da Justiça para reivindicar a sustação da demarcação. ___________ Publicidade // //