Olho vivo classe C e D: o Santander está de olho no seu dinheiro

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A repórter que assina a matéria reproduzida abaixo viajou a convite do banco Santander e nos trouxe este texto onde o presidente do respectivo banco no Brasil afirma que  o aumento da classe média no Brasil  é impressionante. Dado muito positivo que comprova outras notícias: os pobres no país continuam diminuindo, vivemos uma situação de quase pleno emprego enquanto grande parte do mundo vive uma crise sem precedentes. Mas toda atenção em relação a bancos privados é pouca. Se o país vai bem eles sempre vão muito melhor.

Atualização: O leitor Ricardo Dias lembrou neste comentário que o presidente do Santander em pessoa foi ao Complexo do Alemão na agência bancária ali aberta depois que Lula inaugurou obras de melhorias e o Complexo foi ocupado pela UPP. Lembro que quando vi a propaganda fiz um comentário no twitter. A conta do Santander nesta rede social  mandou-me um tweet para saber o porquê de meu comentário! Respondi que nenhum banco tinha interesse na população do Complexo do Alemão antes do poder público por lá aparecer, que banco nenhum tem histórico de fazer caridade.

Brasil terá menos pobres que EUA, diz Santander

Presidente do banco no Brasil afirma que aumento da classe média é impressionante

Por: Aline Cury Zampieri, enviada à Espanha no Economia IG

04/07/2011

Em alguns anos, o Brasil terá menos pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza do que os Estados Unidos. A avaliação é de Marcial Portela, presidente do Santander no País. Durante entrevista coletiva na cidade de Santander, na Espanha, ele reforçou o interesse do banco na diversificação geográfica de seus negócios e a intenção de participar da bancarização da América Latina (AL) e do Brasil.

“O Brasil deve ter um ingresso de 25 milhões de pessoas no sistema bancário em quatro anos”, afirmou. “Queremos conquistar entre 15% e 20% dessa fatia.” O Santander possui atualmente 40 milhões de clientes na América Latina, sendo metade deles no Brasil. “O fenômeno da classe média brasileira é impressionante. Nosso grande desafio é conquistar as camadas mais baixas, da classe D, nas quais ainda não temos muita experiência.”

Portela lembra que o banco já entrou no microcrédito brasileiro, com R$ 1 bilhão em empréstimos. Tem um projeto semelhante no Chile e pretende levar a experiência também para o México. “Estamos em processo de vinculação e ampliação do número de clientes, em geral. Crescemos a uma taxa média de 10% ao ano na América Latina.”

No Brasil, diz Portela, a ideia é crescer organicamente. Ele acredita que o cenário de aquisição de bancos menores é difícil. “Os bancos menores vão se unir, ou desaparecer. O modelo de negócios é ruim, com muitos problemas de recursos, qualidade de crédito e capital.” O Santander, afirma, quer ter mais 600 agências nos próximos quatro anos. “Ao todo, temos 3.700 agências e PABs. A meta é crescer numa média de 100, 120 agências por ano.”

Crédito

Portela acredita que o governo brasileiro tem tomado as medidas necessárias para conter o crédito e a inflação no país. Mas isso não significa que esteja vendo a formação de uma bolha na concessão de empréstimos. “O governo está atuando corretamente e não vai deixar a inflação passar do teto”, afirmou.

“A taxa de crescimento do crédito no Brasil é sustentável. Até um ligeiro crescimento na inadimplência será compatível com uma população que cresce muito e com elevação de salários reais. Além disso, tecnicamente não há praticamente desemprego.” No Santander, que crescia abaixo da média do crédito no Brasil, a perspectiva de Portela é de manutenção do ritmo anterior. “Continuaremos nos expandindo a uma taxa entre 17% e 18% este ano.”

Já no crédito imobiliário, o crescimento geral no Brasil é muito mais forte. De acordo com ele, se continuar nesse ritmo, o setor sentirá falta de financiamentos em cerca de dois anos.

Grande na AL

Segundo Francisco Luzón, diretor-geral responsável pela América Latina no Santander, o Brasil continuará a representar 25% do lucro total do grupo Santander pelos próximos quatro anos. A posição é a maior entre todos os países onde o banco atua. “A crise europeia reforçou a importância de nossa diversificação, e o Brasil é uma peça estratégica do banco.”

Ele lembra que as fatias dos países na composição do lucro são móveis, já que aquisições em outros locais podem mudar essa composição. Mas o executivo afirma que a América Latina, incluindo o México, representará metade dos resultados do banco nos próximos anos.

A repórter viajou a convite do Santander

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