Embaixador Arnaldo Carrilho: louvável o fato de o Brasil enfrentar problemas de DH em seu próprio território

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O comentário abaixo é do embaixador Arnaldo Carrilho sobre a Íntegra do voto do Brasil, favorável a investigação da situação dos direitos humanos, pela ONU no Irã

Pois é, que bela essa expressão do voto brasileiro, que parte do Gabinete de Antonio Patriota, de acordo com instruções da Presidenta da República. Não conheço outros países que, no CDH genebrino, admitem enfrentar problemas de direitos humanos em seus próprios territórios, como o nosso.

Desde a instituição da Lei Humanitária Internacional (Haia, 1907), até a criação das Nações Unidas (São Francisco, 1945), da adoção das Convenções sobre direitos fundamentais (1947-50), seja na antiga Comissão de Direitos Humanos, seja no atual CDH, nunca fomos tão explícitos, em termos de acepção e definição desses direitos.

Pelo que se depreende, o Brasil de Dilma Rousseff combaterá o vírus que carcome a execução desses princípios, de acordo com a Declaração Universal e a Carta Internacional dos Direitos Humanos. Refiro-me ao vírus desmoralizante dos dois pesos-duas medidas, a saber, o que vale para uns não vale para outros.

Aguardem os incrédulos, que muita água não mais passará por debaixo da ponte, enquanto depender de nossas intervenções no CDH e na III Comissão da AGNU (Nova York). A Presidenta do Brasil já mencionou Guantánamo e Ábu Ghreibe, de modo que, caso por caso, não importam quadrantes geográficos, regimes políticos e tratados e acordos que assinamos.

Prevalecerá, de nossa parte, o interesse de "limpar a área", inclusive em nosso País, para começar. Não dividimos o mundo em "maus-e-bons", "bandidos-e-mocinhos", todos temos nossas culpas nos cartórios internacionais e ninguém é orwellianamente "mais igual que outros". A própria biografia da Presidenta é um atestado disso (e de muitas coisas mais).

Abraços e bom domingo do Arnaldo C.