Barbárie em Manaus: policial atira a queima-roupa em adolescente desarmado

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Imagens mostram policiais atirando e agredindo adolescente em Manaus DA REDAÇÃO, O Tempo/ Vídeo 24/03/2011

Imagens divulgadas na Internet mostram policiais militares da Força Tática de Manaus humilhando, agredindo e atirando contra um adolescente de 14 anos. O crime ocorreu na madrugada do dia 17 de agosto de 2010, no bairro Amazonino Mendes, Zona Norte da capital do Amazonas.

As imagens foram gravadas pela câmera de segurança de uma empresa próxima ao local e entregue às autoridades, mas só foram divulgadas ao público nesta semana. A investigação chegou ao adolescente de 14 anos, que aparece no vídeo sendo acuado e baleado à queima-roupa. Segundo sites de notícias locais, apesar de ter levado três tiros de pistola PT.40, ele sobreviveu, mas fugiu do bairro com a família por medo dos policiais.

As imagens e os dados obtidos na apuração foram entregues ao Ministério Público Estadual (MPE) e resultaram em uma investigação coordenada pelo Centro de Apoio Operacional de Combate ao Crime Organizado (Cao-Crimo).

O caso

De acordo com as imagens, na madrugada de 17 de agosto de 2010, policiais militares da Força Tática (FT) paravam as pessoas que passavam pelo bairro. De repente, um dos cinco PMs analisa minuciosamente uma arma, que é passada a outro policial. Surge um garoto de camisa vermelha e bermuda clara. Começa a sessão de violência e tortura psicológica.

O garoto tem um cordão e uma pulseira arrancados na marra, leva um soco, é cercado pelos policiais que sacam suas pistolas. Desarmado, ele fica acuado entre o muro e os PMs. Uma arma é apontada para seu rosto. O menino empurra o cano do revólver e tenta se esquivar. O PM se aproxima, olha para os lados, aponta e atira no tórax do menino.

O tiro de pistola PT.40 é à queima-roupa e atinge o menino na barriga. Ele tenta fugir da mira do PM, que o segue e atira novamente. Mesmo baleado o adolescente ainda se mantém de pé. Quando o policial se preparava para dar um tiro de misericórdia, surge um outro PM que atira entre o soldado e o garoto ferido.

Em sua defesa, os policiais disseram que o adolescente era “soldado do tráfico” e que atiraram para se defender, pois tinham sido recebidos a tiros.