O governo sionista de Israel terá coragem de novamente atacar ajuda humanitária à Gaza? Acompanhemos
Navio líbio de ajuda humanitária navega para Gaza[1]
11/7/2010, PressTV, Teerã, 13:50:28
Tradução Coletivo: Vila Vudu
Um navio líbio está navegando rumo à Faixa de Gaza, apesar das ameaças de Telavive. A tripulação já declarou que carrega exclusivamente materiais de ajuda humanitária e que sua única preocupação é a grave situação em que vivem os palestinos em Gaza.
A viagem do navio Amalthea, que navega sob bandeira da Moldóvia, foi organizada pela Associação Internacional Gaddafi de Caridade e Desenvolvimento com sede em Trípoli e leva 12 tripulantes e 2 mil toneladas de materiais e produtos de ajuda humanitária, da Grécia à Faixa de Gaza.
O ministro israelense (sem pasta) Yossi Peled disse hoje que “Israel não permitirá que o barco atraque em Gaza” e ameaçou que qualquer tentativa de levá-lo até lá “terá muito graves conseqüências”. O ministro da Defesa de Israel Ehud Barak declarou que o movimento de ajuda humanitária seria “provocação desnecessária”.
Para Mashallah Zwei, organizador do movimento pró-palestinos, a viagem prosseguirá: “Vamos até Gaza e não alteraremos a rota.”
Zwei, que viaja no navio Amalthea, disse que a organização “não visa a qualquer tipo de confronto ou provocação.”
“Nosso único interesse é levar ajuda aos palestinos de Gaza”, disse ele. “Contamos com a solidariedade e o apoio da comunidade internacional, que nos ajudará a chegar até Gaza.”
Declaração do ministro da Defesa de Israel, contudo, divulgada ontem à noite, diz que “recomendamos que os organizadores ou permitam que o barco seja escoltado até o porto de Ashdot em Israel, ou naveguem diretamente para o porto de El-Arish (no Egito)”.
O ministro de Negócios Exteriores de Israel Avigdor Lieberman, simultaneamente, fez contatos com os gregos, para exigir que a Grécia force o navio a seguir a rota que Israel determinou. Um porta-voz do ministério de Relações Exteriores da Grécia Grigoris Delavekouras informou à PressTV que seu ministério “recebeu garantias da embaixada líbia, de que o barco ancorará no porto egípcio de El-Arish.”
Os esforços de Telavive para deter o barco de ajuda humanitária antes de que se aproxime de Gaza são efeito do desastre, dia 31 de maio, quando comandos israelenses atacaram a Flotilha da Paz, que também tentava levar ajuda humanitária até Gaza, matando nove cidadãos turcos que viajavam naquele comboio.
O ataque de Israel aos pacifistas lançou ondas de indignação por todo o mundo, e levou vários grupos a exigir investigação internacional que esclareça aqueles trágicos eventos.
Consequência da onda de indignação internacional, Telavive declarou que reduziria o bloqueio por terra que cerca os palestinos de Gaza, mas manteria sem qualquer alteração a vigilância naval e o completo bloqueio do litoral de Gaza.
Os palestinos que vivem em Gaza, dizem que a situação não melhorou em nada e que o bloqueio israelense continua, como antes, a privar de comida, combustível e outros artigos de primeira necessidade, os 1,5 milhão de palestinos de Gaza.
[1] Nota do COLETIVO DE TRADUTORES VILA VUDU: Para ler a notícia da Folha de S.Paulo sobre o mesmo fato (“Navio com ajuda líbia se recusa a mudar rumo e vai para Gaza”, da agência EFE, em Jerusalém), clique aqui . Ali se lê, por exemplo: “Israel impôs um ferrenho bloqueio a Gaza em junho de 2007, quando o movimento islamita Hamas assumiu o controle do território e expulsou os moderados ligados ao presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas. Recentemente, Israel suspendeu algumas das restrições por causa das pressões internacionais após a morte de nove ativistas turcos na abordagem militar em 31 de maio a uma frota de seis navios que levava ajuda humanitária para a Faixa de Gaza. Apesar do alívio do bloqueio, persiste o cerco terrestre, marítimo e aéreo à faixa, que Israel justifica com a necessidade de impedir que armas cheguem às milícias palestinas.” É interessante ler as notícias lado a lado, para conseguir ver os aspectos que um e outro jornal destacam. A imprensa sempre tem lado. No Brasil, onde os grandes jornais (todos) só fazem repetir notícias de agências internacionais (e sempre DAS MESMAS), vivemos sob informação de segunda-segunda, pode-se dizer quarta, mão. E o lado, em todos esses casos, é sempre o lado de EUA-Israel. Assim se vê o quanto, e como, os grandes jornais brasileiros influenciam na deformação da opinião pública, no Brasil. Exatamente assim o público leitor de jornais – e quem lê jornais também é ELEITOR – no Brasil, vai sendo empurrado e mantido lá, para um dos lados das discussões políticas que se travam no mundo. Assim, exatamente, o público brasileiro leitor de jornais – e quem lê jornais também é ELEITOR – vai sendo exilado, posto e mantido à margem, das grandes discussões políticas do século 21. Só na internet, graças ao trabalho de tradutores militantes não jornalistas, o Brasil pode ler, lado a lado, a opinião de Israel-EUA e a opinião, de viva voz, dos que defendem Gaza contra Israel (NTs) .