Eu tenho pós-conceito com preconceituosos de forma em geral. Mas tenho particular ojeriza para com os que alimentam os preconceitos com suas teses esdrúxulas fazendo ginástica mental a fim de negar que nossa sociedade é sexista, racista, homofóbica. Meu pós-conceito é o de que esses mentores são um bando de feladaputa e quem os segue cegamente só pode ser babaca. São verdadeiramente incapazes de fazer leitura do mundo que os cercam.
O MariaFrô tem zilhões de posts falando sobre como se opera o racismo no Brasil e esta blogueira aqui anda mesmo exaurida de tanto noticiar os causos onde o racismo mata, fere, exclui, torna invisível a maioria da população brasileira. Mas, enquanto os fãs de Kamel e Magnoli viverem em sua realidade paralela, praticarem seu apartheid mental, coadunarem com uma polícia que atira primeiro depois pergunta o Maria Frô, feito Bob Marley continuará esfregando na cara dos bababas e dos feladaputa o racismo escroto perpetuado neste país.
MP conclui que PMs tiveram intenção de matar motoboy em SP Por: Harmano Freitas 17 de maio de 2010- Direto de São PauloO Ministério Público de São Paulo denunciou nesta segunda-feira quatro policiais militares envolvidos na morte por espancamento do motoboy Alexandre Menezes dos Santos no bairro Cidade Ademar, zona sul de São Paulo. Eles foram formalmente acusados por homicídio doloso triplamente qualificado, racismo e fraude processual. Os inquéritos das polícias Civil e Militar haviam concluído que os PMs cometeram homicídio culposo, em que não há intenção de matar.
O crime ocorreu na madrugada do dia 8 de maio. Santos chegava em casa por volta das 3h30 quando foi abordado por Alex Sandro Machado, Carlos Magno Diniz, Márcio da Rocha e Ricardo José Monteiro. O motoboy teria fugido de uma blitz e estaria com uma moto Honda CG 125 Fan 0 km sem placas. O trabalhador foi agredido com socos e gravatas na porta de casa, na frente da mãe, Maria Aparecida de Oliveira Menezes, na véspera do Dia das Mães.
Os promotores afirmaram que o homicídio teve as qualificadoras de motivo torpe, pela abordagem preconceituosa; por meio cruel, pois foi empregada a asfixia; e impossibilidade de defesa da vítima, já que os PMs imobilizaram a vítima em grupo durante as agressões.
A fraude processual, de acordo com o MP, está caracterizada pela presença de uma arma na cena que só teria sido encontrada após as agressões. O crime de racismo tem vinculação com o suposto preconceito na abordagem do motoboy de cor parda em um bairro de periferia de São Paulo. Na peça, o promotor Maurício Antônio Ribeiro Lopes exemplifica o que seria essa abordagem preconceituosa. "Não se tem notícia de que abordagem semelhante se faça por policiais militares no Jardim Europa com aquele que, eventualmente, trafegue em uma Lamborghini sem placas", disse.
"É uma aberração, mas infelizmente é uma regra. Plantaram uma arma que não era da vítima", afirmou. De acordo com o promotor público, a numeração mostraria que a arma não teria vinculação alguma com Santos.
Os representantes do Ministério Público não quiseram comentar as conclusões dos inquéritos produzidos pela Corregedoria da Polícia Militar e pela Polícia Civil, que acusavam os PMs de um crime cuja pena é mais branda do que a imputada na denúncia. "Pode ser uma defesa corporativa, pode ser. Para nós, houve, no mínimo, a assunção do resultado morte. Não dá para dizer que houve apenas imperícia ou negligência", disse Lopes. O promotor Marcelo Rovere destacou o que considera o caráter exemplar da medida do MP. "Essa mãe precisa saber que a memória do filho foi honrada. Temos o objetivo de ter uma polícia protetora, não uma polícia que agride e que forja provas", disse o promotor.
Somadas, as penas dos quatro agentes públicos podem chegar a 39 anos de prisão. Todos estão no Presídio Romão Gomes, unidade destinada a policiais militares que cometeram crimes.O MP espera ter ainda nesta segunda-feira uma resposta do pedido de prisão preventiva dos quatro acusados. Apesar de terem suas condutas descritas individualmente no processo, os PMs vão responder aos crimes coletivamente.