No dia 06 de março de 2008, Indaiá foi à carceragem da Polinter de Neves para agilizar a libertação de seu filho Vinícius. Chegando lá, não pôde vê-lo: apenas foi informada de que ele teria passado mal, tendo sido levado ao Hospital de Neves. Neste, Indaiá recebeu a notícia que temia: Vinícius tinha sido levado já morto ao local, um dia antes.
No IML, Indaiá não teve acesso ao corpo do filho. No entanto, no dia do enterro, sua filha fotografou no corpo de Vinícius as marcas evidentes de tortura – apesar dos agentes carcerários alegarem que ele apenas teria caído e batido com a cabeça...
Vinícius, infelizmente, não foi o único a ser brutalmente torturado e assassinado dentro de uma instituição do Estado.Nos Sistemas Prisional e Sócio-educativo do Rio de Janeiro, violações de Direitos Humanos constituem o cotidiano do interno. Das carceragens existentes ilegalmente nas delegacias da Polícia Civil, passando pelas unidades de internação de adolescentes autores de atos infracionais, até o sistema penitenciário, negligência em relação às condições de saúde dos internos, tortura e totais condições de insalubridade das instalações, além de mortes como a Vinícius, são objetos de inúmeras denúncias de organizações de Direitos Humanos aos organismos nacionais e internacionais.
A superlotação das carceragens como a da Polinter de Neves são notórias e, por formalmente não comporem o Sistema Penitenciário (a Polícia Civil é vinculada à Secretaria de Segurança Pública), muitas vezes passam despercebidas.