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Por que agora vou votar em Dilma
Por: Alexandre Nodari, em seu Blog
04/10/2010 No primeiro turno, votei em Marina Silva. A votação expressiva que ela obteve mostra que o recado foi dado, quebrando a forma-plebiscito que a eleição ameaçava adquirir e colocando na mesa a necessidade de se pensar o país e de se repensar as estratégias políticas. As avaliações que surgiram no primeiro debate (a de que Plínio disputaria o terceiro lugar com ela), e que mesmo desmentidas dia após dia reapareceram ao se subestimar a chamada "onda verde", ridicularizando-a como "marola verde", são sintomáticas de uma miopia na análise política. Essa miopia continua em certa desvalorização do eleitorado da Marina, tão eclético quanto o eleitorado de Dilma (só o eleitorado do Serra é homogêneo: corresponde ao universo de pessoas que habitam o imaginário produzido pela pior revista semanal do mundo). A política funciona assim mesmo: um significante (no caso, Marina ou Dilma) agrupa em torno de si demandas diferentes, através da produção de uma cadeia equivalencial (isto é, unindo-as em uma base ou discurso mais ou menos comum). Basta, reorganizando a cadeira equivalencial, conseguir um quarto desse eleitorado eclético da Marina pra liquidar a fatura no segundo turno. Eu estou nessa fatia. Na minha declaração de voto à Marina, já estava sinalizado que eu votaria em Dilma no segundo turno: meu post se abre com um balanço das conquistas do governo Lula (as quais eu considerava motivo suficiente para os que votariam em Dilma já no primeiro turno). Não há nenhuma linha sobre o Serra. Jamais votaria naquele que quer fazer voltar, nas palavras certeiras de Plínio, o governo do "pessoal que tem nome e sobrenome" sobre os "que não têm nome". Não voltar ao regime político-econômico tucano que sequestra a cidadania, como o regime militar antes sequestrava os corpos, é motivo mais do que suficiente para mim votar em Dilma no dia 31 de outubro.