Ah! A dignidade dos garis...

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Há duas profissões que sempre me comoveram e ainda hoje me causam admiração: bombeiro e lixeiro. Sem falso pieguismo acho essas profissões profundamente dignas. Bombeiros e lixeiros arriscam suas vidas para nos salvar. Sem eles tudo fica um caos.  Experimenta ficar alguns dias sem coleta de lixo, experimenta andar em algumas áreas da cidade de São Paulo onde o Aquassab cortou 25% da verba de coleta de lixo e vocês verão o que é bom pra tosse.

Eis que no jornal da Band dois lixeiros aparecem nos desejando Feliz Ano Novo. Os garis fazem votos de um  feliz 2010 com trabalho para todos (quem precisa ganhar a vida com o suor do seu trabalho sabe que ter trabalho é ter um ano bom). Eles representam o que há de melhor em nosso país: a esperança, a solidariedade, a alegria de viver.

E eis que surge Bóris Casoy-- aquela boca falante autônoma em uma mente morta-- (sabe quando o sujeito de tão retrógrado morre em vida, as idéias mofam e cheiram mal? pois então...) afirmando que os lixeiros ocupam o patamar mais baixo da escala de trabalho. Pensem de modo prático,  leitores: se tivessem que escolher entre contar com o trabalho dos lixeiros ou os dos âncoras jornalísticos com qual dos dois você ficaria?

Não vejo o jornal da Band,  assim não tenho o desprazer  de ver este âncora que afunda diariamente aquele jornal que em si também já envelheceu. Mas que fique registrado: a escala mais baixa do preconceito de classe, expresssa na fala grotesca e preconceituosa do gagá jornalístico nem merece comentários. Fiquemos com a síntese do Latuff:

[caption id="attachment_1641" align="aligncenter" width="500" caption="Carlos Lattuff: Casoy escala mais baixa do caráter."][/caption]