Duas guerras, uma sandice

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O termo monstruosidade usado pelo nicaraguense Miguel D'Escoto, presidente geral da Assembléia da ONU foi reproduzido pelo ministro das Relações Exteriores Celso Amorim para condenar o genocídio praticado por Israel contra o povo palestino ,confinado no maior campo de concentração a céu aberto do mundo: Gaza.

Toda gente de bem, independente da nacionalidade, etnia, religião sente sua humanidade um pouco assassinada quando vê o sofrimento de Gaza, mas há os loucos, cãos raivosos do grupo Veja sempre a postos pra inverter tudo e criar confusão.

Eu realmente não me dou o trabalho de acessar esses lunáticos, mas tem blogueiro com estômago para isso e para respondê-los.
Seleciono abaixo dois textos que retomam o termo monstruosidade em seus argumentos; o primeiro da médica Fátima de Oliveira, o segundo do jornalista Laerte Braga, fazendo a leitura a contrapelo do texto do cão raivoso que já está babando, como os lunáticos sionistas da extrema-direita no poder em Israel.
Entre o conflito linguístico e a barbárie na Faixa de Gaza

Urge não calar diante da crueldade que ceifa vidas


FÁTIMA OLIVEIRA
Médica - fatimaoliveira@ig.com.br

Planejei que meu primeiro artigo ou crônica de 2009 versaria sobre o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que unifica a ortografia da "última flor do Lácio, inculta e bela" [Olavo Bilac (1865-1918)], falada por 280 milhões de pessoas da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), composta pelos oito países lusófonos (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste). Para gramáticos e linguistas (especialistas em linguagem verbal humana: estudos linguísticos), o acordo só atinge 0,5% do vocabulário, mas os impactos na escrita são de grande monta, mesmo não alterando o modo de falar de cada país. Timor Leste, Guiné-Bissau, Moçambique e Angola dizem ter intenção de aprová-lo, mas até agora nada! Fala-se que está em curso um conflito linguístico que eu estava disposta a analisar.

Entre o conflito linguístico e a barbárie produzida pelos bombardeios de Israel na Faixa de Gaza, a emblemática "Operação Chumbo Fundido", desde 27.12, complementada a partir de 3 de janeiro por ofensiva terrestre, urge não calar diante da crueldade que ceifa vidas inocentes e destruiu a Universidade Islâmica de Gaza, deixando explícito, sem rodeios, que o embate entre "a questão palestina & o Estado de Israel" não tem como eixo a questão religiosa. O motor do conflito é poder e petróleo.

Nem mais e nem menos, embora introduções de artigos sobre o tema, corretamente, em geral dizem que na essência "a questão palestina é uma luta nacionalista do povo árabe da antiga Palestina para assegurar as fronteiras de seu Estado nacional: o mesmo território disputado pelo povo judeu, sob a alegação de que seus patriarcas - Abrahão, Isaac e Jacó - já o habitavam há muitos séculos". E que o conflito continua insolúvel porque "Israel se recusa a aceitar as três exigências que palestinos fazem para encerrar a luta de resistência: desocupação dos territórios; direito de retorno; e Jerusalém como capital palestina".

São comuns diferenças substanciais entre o que pensa um povo e o que faz o seu governo, logo é irracional condenar um povo pelos desatinos de seu governo. Todavia, é um imperativo ético não compactuar com argumentos que tentam justificar a promoção de massacres humanos de qualquer dos lados, como na "maior operação na Faixa de Gaza em quatro décadas" e sobre a qual o nicaraguense Miguel D'Escoto, presidente geral da Assembléia da ONU, disse que é "uma monstruosidade" e que "mais uma vez, o mundo assiste consternado à disfuncionalidade do Conselho de Segurança da ONU", pois em sua terceira reunião, no último dia 3 de janeiro, após o início dos bombardeios, "não houve acordo formal entre os países membros, mas notamos bastante concordância quanto à preocupação sobre a escalada da violência e a deterioração da situação, além de forte consenso quanto a um cessar-fogo imediato, duradouro e respeitado", conforme declaração do embaixador francês, Jean-Maurice Ripert, que presidiu a reunião.

O povo judeu em bloco não concorda e nem assiste passivamente aos ataques bélicos do governo de Israel contra o povo palestino. E vice-versa. É expressivo o número de judeus e de palestinos que advogam pelo fim dos ataques a civis, palestinos ou israelenses, a exemplo do movimento "Vozes Judaicas pela Paz" através da campanha "Luzes apagadas em Gaza, blecaute midiático nos Estados Unidos". A minha solidariedade a judeus e palestinos que desejam e lutam pela paz.



Publicado em: 06/01/2009 em O tempo

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A GUERRA NA MÍDIA E NA REALIDADE

Laerte Braga


Reinaldo Azevedo, que não faço a menor idéia de quem seja, usou o genocídio contra o povo palestino para criticar o ministro das Relações Exteriores, defender o governo do narcotraficante Álvaro Uribe na Colômbia e falar da "dor e do sofrimento" do povo de Israel.

Os rótulos de sempre quando se trata dos adversários de norte-americanos e nazi/sionistas, na prática, empresas que financiam a grande mídia. "Terroristas", "criminosos", vai por aí afora.

A sensação que se tem é que os mais de 500 mortos são cidadãos de Israel. Que os mais de dois mil feridos são israelenses e que as terras invadidas e ocupadas são as de Israel.

A edição das 19 horas desta segunda-feira do EM CIMA DA HORA da GLOBO NEWS só fez corroborar o amontoado de sandices de Reinaldo Azevedo. Quem assistiu deve ter imaginado que Israel está debaixo de um fogo cerrado de palestinos.

O alvo de Reinaldo Azevedo foi o ministro Celso Amorim e a nota do Ministério das Relações Exteriores sobre a monstruosidade nazi/sionista contra palestinos. A expressão "monstruosidade" é do secretário geral dá ONU. O articulista misturou Evo Morales, fez um sanduíche desses que entra tudo e depois sai da pior maneira possível.

Padrão McDonalds.

O grande azar dessa gente toda é que hoje a comunicação é instantânea. Fica difícil esconder as imagens da barbárie nazi/sionista da nova suástica, a estrela de Davi.

Não dá para esconder o genocídio.

Dá para tentar esconder e confundir a opinião pública com mentiras, como aconteceu com as armas químicas e biológicas do Iraque. Nunca existiram, mas se prestaram como desculpa para Bush invadir, ocupar e saquear o petróleo iraquiano.

É o que israelenses fazem desde a resolução da ONU que criou, em 1947, a Palestina e Israel. O mapa divulgado pelo jornalista Luís Carlos Azenha é preciso sobre isso. A Palestina quer existir.

O acordo de paz firmado entre Yasser Arafat e o primeiro-ministro Rabin terminou com o assassinato de Rabin. Por quem? Um "terrorista" palestino? Não, por um fundamentalista judeu.

Palestinos foram aos locais sagrados dos judeus provocá-los? Não. O general Ariel Sharon, logo após a morte de Rabin, de quem era adversário e crítico do acordo de paz, foi ao bairro palestino de Jerusalém provocar muçulmanos. Os fatos são públicos, notórios.

O acordo que resultou em eleições na Palestina acabou dando a vitória ao Hamas em Gaza e maioria no Parlamento. Com isso não contavam nem norte-americanos e nem israelenses.

O cerco a Gaza começou quando o Hamas em comunicado oficial anunciou que aceitava a existência de Israel e estava pronto para negociar a paz.

Não interessa a Israel a paz.

O holocausto é usado como forma de colocar israelenses como vítimas eternas da maldade nazista, a mesma que pratica contra palestinos, sem diferença alguma. Ora, morreram negros, ciganos, prostitutas, homossexuais, lésbicas, tudo o que Hitler não considerava "superior", nos campos de concentração nazistas. Não foram só judeus.

Os países que formavam a antiga União Soviética destroçaram o exército nazista ao custo de milhões de mortos.

Dor e sofrimento na IIª Grande Guerra não foram privilégio dos judeus.

O que se está discutindo hoje não é o holocausto e nem o direito de Israel existir. Mas o direito da Palestina existir. Foi o que decidiu a ONU.

Há uma inversão dos fatos e é deliberada. Não se trata de "povo superior". Se trata de interesses econômicos de grupos nazi/sionistas (que controlam governo e boa parte da opinião pública dos EUA) e norte-americanos.

São banqueiros, grandes empresários e essa barbárie que envenena os povos chamada de agro negócio.

Todo esse conjunto de mentiras de armas químicas no Iraque e de fato usadas agora por Israel (bal as de tungstênio, fósforo e urânio empobrecido). A denúncia não é de "terroristas" palestinos, mas de jornais dos EUA, da Inglaterra, da BBC, da França.

A GLOBO aqui, principal zoológico norte-americano no Brasil, fechou o tempo com o canal quatro da Inglaterra pelo simples fato desse canal ter transmitido o discurso de Natal do presidente do Irã, onde ele fala de Cristo e das "religiões abraâmicas" num tom de paz e respeito.

Por quê? É que o canal quatro fez faz algum tempo um documentário sobre a corrupção e a podridão da família Marinho.

A mídia, a grande mídia é isso. É braço desse amontoado de mentiras sobre Hamas, sobre palestinos.

Quem quer existir são os palestinos. E em suas terras tomadas e ocupadas por nazi/sionistas de Israel.

Israel é um braço do terrorismo neoliberal, capitalista no Oriente Médio. Cumpre esse papel.

Quando investe contra o Irã acusando-o de projetar a construção de uma bomba atômica, de armas nucleares, esquece-se que é o único país da região a dispor de armas nucleares a partir de apoio e financiamento dos EUA.

É preciso entender que a mídia é paga. Remunerada. Quem financia a GLOBO, VEJA, etc, são grupos econômicos e muitos deles nazi/sionistas. É uma praga espalhada pelo mundo.

Boa parte dos "comentaristas" e "especialistas" que essa gente escuta e apresenta para dizer que o Hamas é o culpado de tudo, recebe. São "consultores" de empresas nazi/sionistas. Diferentes da reação indignada dos quem não se curvaram e nem recebem para se indignar com a barbárie e a estupidez nazi/sionista.

Quem não aceita essa "realidade" foto montada e sorri no almoço com o algoz.

Há milhões em jogo nos "negócios". E na cabeça dessa gente o que vale é o que o livro caixa registra. Vidas palestinas? Meu caro, a GENERAL MOTORS/MORTOS está sendo condenada nos EUA, lá mesmo, por acidentes com o modelo VECTRA que já matou centenas de pessoas por defeito de fábrica.

A empresa quer bilhões para evitar a falência e "salvar os empregos".

O presidente da VALE, empresa brasileira doada por FHC a grupos estrangeiros a troco de propinas para tucanos, já disse que vivemos "um período de exceção e medidas de exceção se justificam para salvar a economia". Essas medidas de exceção são os direitos trabalhistas que o dito quer "flexibilizar".

A família dele, AGNELLI, foi parceira de Mussolini no período fascista na Itália.

Essa guerra estúpida e bárbara não diz respeito só a palestinos não. Os povos do mundo inteiro são vítimas desse genocídio.

O que a mídia faz é tentar transformar, cada vez mais, pessoas em objeto. Para que as mortes de palestinos, africanos, asiáticos, quem quer que seja no contexto dos "negócios" não atrapalhe os ditos "negócios".

Aí aparece um Reinaldo Azevedo e faz um tremendo dum "samba do crioulo doido", misturando Evo Morales com o narcotraficante Álvaro Uribe, criticando Celso Amorim (restabeleceu a dignidade do Itamaraty – o último ministro de FHC um tal Láfer, até sapato tirou para ser revistado nos EUA quando ia em missão oficial).

É óbvio. É hora dessa turma faturar e se os fatos que escrevem ou narram são reais ou não, isso é o de menos. Importa é o dia do pagamento.

Vestem roupa de bons moços, falam defendendo a "democracia", a "liberdade" e coisa e tal, mas e daí? O Hamas ganhou a eleição.

Cometeu o "crime" de ganhar as eleições.

As crianças palestinas mortas, as mulheres estupradas, os saques feitos por nazi/sionistas isso é bobagem para eles. É aí que entra o tal "povo superior". A mídia é mera empregada dos donos do mundo.

É proibido indignar-se com a boçalidade nazi/sionista de Israel. É permitido passar no caixa e apanhar o cachê/michê.

Já vivem de quatro mesmo. "Heróis" estão chegando com o BBB-9.