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Os Estados Unidos estão preparados para um presidente negro
três artigos interessantes para se pensar a questão da negritude, reproduzo-os:
Obama para todos os gostos
Por: Suely Carneiro - 13/1/2008 (Suely Carneiro - É Doutora em Filosofia da Educação pela USP é diretora do Geledés (Instituto da Mulher Negra).
A onda de mudanças políticas que parecia fenômeno latino-americano atinge as eleições presidenciais dos EUA. Em cada lugar ela se manifesta de diferentes maneiras guardando respeito às características culturais e políticas de cada país ou região, mas elas têm em comum os ventos de mudança. Nada mais emblemático do que a polarização das candidaturas do senador negro Barack Obama e a senadora Hillary Clinton pela indicação do Partido Democrata para a sucessão do presidente George Bush na Casa Branca.
Gênero e raça são temas importantes na sociedade norte-americana porque representam um desafio para a realização da igualdade. E a possibilidade de um homem negro ou uma mulher branca se tornarem presidente dos EUA renovam a confiança na vitalidade da democracia americana, na sua capacidade de se renovar e se reinventar. Os que simbolizam grupos historicamente excluídos ou discriminados são chamados a ofertar originalidade, renovação, mudança e esperança na (des)ordem do mundo.
Além do interesse que desperta, a simbologia que cada candidato carrega presta-se a variadas apropriações, em diferentes contextos, que extrapolam os limites geográficos e os interesses em jogo naquele país. A candidatura de Obama, com alto grau de adesão da população branca norte-americana, é vista por analistas como sintoma do progresso nas relações raciais nos EUA que nessa leitura significaria ter ele se tornado opção eleitoral efetiva para grandes parcelas dos norte-americanos a despeito de sua cor para uns, ou, para outros, da suposta "neutralidade racial".
No Brasil, em razão dessas supostas características, Obama tornou-se a nova arma dos formadores de opinião que combatem as políticas de igualdade racial, em especial as cotas nas universidades brasileiras. Em chamadas de matérias da imprensa nacional sobre as prévias nos EUA, lê-se, que "Obama tornou cor irrelevante na campanha". Outras reiteram como aspecto mais interessante de sua candidatura o que analistas consideram ser a sua "laicidade" ou "desenraizamento " racial. Há os que atribuem as características ao pertencimento birracial. Outros artigos destacam trechos de seu livro A audácia da esperança, em que ele discorre sobre a necessidade de ajustes nas políticas raciais norte-americanas.
Curiosamente, a inferida neutralidade racial atribuída a Obama e tão enfatizada por certos analistas nacionais, tanto quanto o fato dele ser filho de mãe branca e pai negro e ter parentes de diferentes tonalidades, não são capazes de fazer que ele seja percebido dentro e fora dos EUA como apenas um candidato à Presidência dos EUA. Ele é sempre referido como candidato negro e só seria viável por não se fazer perceber como tal.
Tem-se, nesse caso, uma perversão daquela sentença que diz que à mulher de César não lhe basta ser honesta. Ela deve também parecer honesta. No caso dos negros essa idéia adquire bizarra formulação: pode-se até ser negro, mas não se deve parecer negro.
Em outra dimensão, as abordagens sobre a candidatura de Obama expõem também as contradições em que são enredadas as candidaturas negras lá e cá. De um lado, ser um negro que faz da política de identidade racial o motor do posicionamento político é visto como limitador ou impeditivo para que o candidato possa alcançar um universo mais amplo de eleitores ou representar interesses coletivos. De outro, relativizar a política de identidade numa estratégia política tornaria o candidato um desenraizado, menos negro. No entanto, em qualquer desses enquadramentos, o candidato permanece sempre negro. A reiteração constante da negritude de Obama presta-se para negá-la.
Porém, o senador negro não cai facilmente na armadilha de prestar-se ao velho jogo, sempre proposto pelo poder branco, de usar um negro de sucesso para reiterar os estigmas que pesam contra os outros e barra-lhes as reivindicações. No livro A audácia da esperança, ele descreve o que denomina de "ritual de mesquinharias" que todo homem negro tem que suportar: de segurança que o seguiram em lojas de departamentos, casais brancos entregando a chave do carro a ele do lado de fora de restaurantes, confundindo-o com o manobrista. "(...) Eu sei como é quando as pessoas me dizem que não posso fazer algo por causa da minha cor e eu sei o gosto amargo do orgulho negro engolido."
Como ele declarou num programa de TV: "Na calada da noite, em uma rua deserta de qualquer grande cidade, um motorista de táxi iria vê-lo com certa suspeita em vez de exclamar olha aí, um cara legal, meio branco, meio negro. Os que preferem ver em Obama "neutralidade racial" são os que nos propõem a dissolução da negritude num universalismo que suprime, autoritariamente, as nossas identidades. Desvendando essa trama, Aimée Cesaire ensinou que "há duas maneiras de se perder: por segregação na particularidade ou por diluição na universalidade". Há muitas formas de viver e politizar a negritude. Obama é uma delas.
E para dialogar com Sueli Carneiro, o texto de Antonio Tozzi, publicado em: 20/01/2008:
Miami (EUA) - Na véspera do feriado nacional em homenagem a Martin Luther King, o reverendo negro que liderou um movimento civil dos Estados Unidos, na década de 60, e acabou com a odiosa separação racial que predominava no país, a discussão que está tomando conta do partido democrata, neste momento é se os eleitores afro-americanos vão pender para Barack Obama, o primeiro mulato que está tentando se instalar na Casa Branca, ou vão apoiar Hillary Clinton, a ex-primeira dama americana, cujo marido, Bill Clinton, ganhou o título do “primeiro presidente negro dos EUA”, em função do apoio a esta etnia durante seu governo.
A grande batalha por essa preferência tem data marcada: o próximo fim de semana, quando o vencedor da primária de South Carolina dará um grande passo para conseguir a indicação oficial do partido, sobretudo se for a senadora por Nova York, Hillary Clinton, que vem reconquistando o eleitorado, apesar do bom momento do senador por Illinois, Obama.
Porque se Obama não conseguir conquistar o eleitorado democrata de South Carolina, onde metade é formada por afro-americanos, psicologicamente ele pode ficar fragilizado para disputar a Super Tuesday, marcada para o dia 5 de fevereiro, quando delegados de vários estados estarão indicando seus candidatos prediletos.
Na verdade, a questão racial, que vinha sendo sufocada, aflorou nos últimos dias, com interpretações dos partidários dos dois candidatos. Um comentário de Bill Clinton foi mal interpretado pelo pessoal de Obama, e outro apoiador da candidatura Hillary Clinton, Robert Johnson, fez um comentário de gosto duvidoso sobre o livro de Obama, no qual ele assume ter provado droga. O detalhe é que Johnson é negro, e se tornou bilionário ao vender a BET – Black Entertainment Television -, uma emissora de televisão voltada para o público negro dos EUA, que dispõe de um bom poder aquisitivo. Depois foram colocados panos quentes para serenar os ânimos.
A fim de evitar que o problema ganhasse proporções desagradáveis que pudessem prejudicar a candidatura democrata como um todo, Hillary e Obama estabeleceram uma trégua e agora vão procurar manter os debates ao nível das idéias e propostas para conquistar o eleitorado.
O problema que Obama vem enfrentando, por incrível que pareça, se dá nas duas frentes. Muitas lideranças afro-americanas não consideram Obama “suficientemente negro”. O que eles querem dizer com isto é que, além de sua mãe ser branca (o pai é queniano), Obama foi criado no Havaí e freqüentou universidades conceituadas como Columbia e Harvard. Ou seja, não integrou os guetos negros das grandes cidades americanas, portanto, não conhece suas agruras. Do lado dos brancos, ele é encarado como negro, e portanto um candidato exótico.
O grande mérito de Obama é estar tentando fazer em sua campanha exatamente que as pessoas avaliem sua postura e suas propostas e não se preocupem com sua cor de pele.
Nesse ponto ele está no mesmo barco que Hillary. Como mulher, ela tem de provar que pode ser muito mais do que somente uma primeira dama e se tornar a comandante-em-chefe da nação mais poderosa do planeta.
********************
By Leandro Molina - O que acontece no mundo passa por aqui
01 Fevereiro, 2007
posted by Leandro Molina
Os Estados Unidos estão preparados para um presidente negro
três artigos interessantes para se pensar a questão da negritude, reproduzo-os:
Obama para todos os gostos
Por: Suely Carneiro - 13/1/2008 (Suely Carneiro - É Doutora em Filosofia da Educação pela USP é diretora do Geledés (Instituto da Mulher Negra).
A onda de mudanças políticas que parecia fenômeno latino-americano atinge as eleições presidenciais dos EUA. Em cada lugar ela se manifesta de diferentes maneiras guardando respeito às características culturais e políticas de cada país ou região, mas elas têm em comum os ventos de mudança. Nada mais emblemático do que a polarização das candidaturas do senador negro Barack Obama e a senadora Hillary Clinton pela indicação do Partido Democrata para a sucessão do presidente George Bush na Casa Branca.
Gênero e raça são temas importantes na sociedade norte-americana porque representam um desafio para a realização da igualdade. E a possibilidade de um homem negro ou uma mulher branca se tornarem presidente dos EUA renovam a confiança na vitalidade da democracia americana, na sua capacidade de se renovar e se reinventar. Os que simbolizam grupos historicamente excluídos ou discriminados são chamados a ofertar originalidade, renovação, mudança e esperança na (des)ordem do mundo.
Além do interesse que desperta, a simbologia que cada candidato carrega presta-se a variadas apropriações, em diferentes contextos, que extrapolam os limites geográficos e os interesses em jogo naquele país. A candidatura de Obama, com alto grau de adesão da população branca norte-americana, é vista por analistas como sintoma do progresso nas relações raciais nos EUA que nessa leitura significaria ter ele se tornado opção eleitoral efetiva para grandes parcelas dos norte-americanos a despeito de sua cor para uns, ou, para outros, da suposta "neutralidade racial".
No Brasil, em razão dessas supostas características, Obama tornou-se a nova arma dos formadores de opinião que combatem as políticas de igualdade racial, em especial as cotas nas universidades brasileiras. Em chamadas de matérias da imprensa nacional sobre as prévias nos EUA, lê-se, que "Obama tornou cor irrelevante na campanha". Outras reiteram como aspecto mais interessante de sua candidatura o que analistas consideram ser a sua "laicidade" ou "desenraizamento " racial. Há os que atribuem as características ao pertencimento birracial. Outros artigos destacam trechos de seu livro A audácia da esperança, em que ele discorre sobre a necessidade de ajustes nas políticas raciais norte-americanas.
Curiosamente, a inferida neutralidade racial atribuída a Obama e tão enfatizada por certos analistas nacionais, tanto quanto o fato dele ser filho de mãe branca e pai negro e ter parentes de diferentes tonalidades, não são capazes de fazer que ele seja percebido dentro e fora dos EUA como apenas um candidato à Presidência dos EUA. Ele é sempre referido como candidato negro e só seria viável por não se fazer perceber como tal.
Tem-se, nesse caso, uma perversão daquela sentença que diz que à mulher de César não lhe basta ser honesta. Ela deve também parecer honesta. No caso dos negros essa idéia adquire bizarra formulação: pode-se até ser negro, mas não se deve parecer negro.
Em outra dimensão, as abordagens sobre a candidatura de Obama expõem também as contradições em que são enredadas as candidaturas negras lá e cá. De um lado, ser um negro que faz da política de identidade racial o motor do posicionamento político é visto como limitador ou impeditivo para que o candidato possa alcançar um universo mais amplo de eleitores ou representar interesses coletivos. De outro, relativizar a política de identidade numa estratégia política tornaria o candidato um desenraizado, menos negro. No entanto, em qualquer desses enquadramentos, o candidato permanece sempre negro. A reiteração constante da negritude de Obama presta-se para negá-la.
Porém, o senador negro não cai facilmente na armadilha de prestar-se ao velho jogo, sempre proposto pelo poder branco, de usar um negro de sucesso para reiterar os estigmas que pesam contra os outros e barra-lhes as reivindicações. No livro A audácia da esperança, ele descreve o que denomina de "ritual de mesquinharias" que todo homem negro tem que suportar: de segurança que o seguiram em lojas de departamentos, casais brancos entregando a chave do carro a ele do lado de fora de restaurantes, confundindo-o com o manobrista. "(...) Eu sei como é quando as pessoas me dizem que não posso fazer algo por causa da minha cor e eu sei o gosto amargo do orgulho negro engolido."
Como ele declarou num programa de TV: "Na calada da noite, em uma rua deserta de qualquer grande cidade, um motorista de táxi iria vê-lo com certa suspeita em vez de exclamar olha aí, um cara legal, meio branco, meio negro. Os que preferem ver em Obama "neutralidade racial" são os que nos propõem a dissolução da negritude num universalismo que suprime, autoritariamente, as nossas identidades. Desvendando essa trama, Aimée Cesaire ensinou que "há duas maneiras de se perder: por segregação na particularidade ou por diluição na universalidade". Há muitas formas de viver e politizar a negritude. Obama é uma delas.
E para dialogar com Sueli Carneiro, o texto de Antonio Tozzi, publicado em: 20/01/2008:
Miami (EUA) - Na véspera do feriado nacional em homenagem a Martin Luther King, o reverendo negro que liderou um movimento civil dos Estados Unidos, na década de 60, e acabou com a odiosa separação racial que predominava no país, a discussão que está tomando conta do partido democrata, neste momento é se os eleitores afro-americanos vão pender para Barack Obama, o primeiro mulato que está tentando se instalar na Casa Branca, ou vão apoiar Hillary Clinton, a ex-primeira dama americana, cujo marido, Bill Clinton, ganhou o título do “primeiro presidente negro dos EUA”, em função do apoio a esta etnia durante seu governo.
A grande batalha por essa preferência tem data marcada: o próximo fim de semana, quando o vencedor da primária de South Carolina dará um grande passo para conseguir a indicação oficial do partido, sobretudo se for a senadora por Nova York, Hillary Clinton, que vem reconquistando o eleitorado, apesar do bom momento do senador por Illinois, Obama.
Porque se Obama não conseguir conquistar o eleitorado democrata de South Carolina, onde metade é formada por afro-americanos, psicologicamente ele pode ficar fragilizado para disputar a Super Tuesday, marcada para o dia 5 de fevereiro, quando delegados de vários estados estarão indicando seus candidatos prediletos.
Na verdade, a questão racial, que vinha sendo sufocada, aflorou nos últimos dias, com interpretações dos partidários dos dois candidatos. Um comentário de Bill Clinton foi mal interpretado pelo pessoal de Obama, e outro apoiador da candidatura Hillary Clinton, Robert Johnson, fez um comentário de gosto duvidoso sobre o livro de Obama, no qual ele assume ter provado droga. O detalhe é que Johnson é negro, e se tornou bilionário ao vender a BET – Black Entertainment Television -, uma emissora de televisão voltada para o público negro dos EUA, que dispõe de um bom poder aquisitivo. Depois foram colocados panos quentes para serenar os ânimos.
A fim de evitar que o problema ganhasse proporções desagradáveis que pudessem prejudicar a candidatura democrata como um todo, Hillary e Obama estabeleceram uma trégua e agora vão procurar manter os debates ao nível das idéias e propostas para conquistar o eleitorado.
O problema que Obama vem enfrentando, por incrível que pareça, se dá nas duas frentes. Muitas lideranças afro-americanas não consideram Obama “suficientemente negro”. O que eles querem dizer com isto é que, além de sua mãe ser branca (o pai é queniano), Obama foi criado no Havaí e freqüentou universidades conceituadas como Columbia e Harvard. Ou seja, não integrou os guetos negros das grandes cidades americanas, portanto, não conhece suas agruras. Do lado dos brancos, ele é encarado como negro, e portanto um candidato exótico.
O grande mérito de Obama é estar tentando fazer em sua campanha exatamente que as pessoas avaliem sua postura e suas propostas e não se preocupem com sua cor de pele.
Nesse ponto ele está no mesmo barco que Hillary. Como mulher, ela tem de provar que pode ser muito mais do que somente uma primeira dama e se tornar a comandante-em-chefe da nação mais poderosa do planeta.
********************
By Leandro Molina - O que acontece no mundo passa por aqui
01 Fevereiro, 2007
Caso Político
As madrugadas de trabalho sempre proporcionam uma boa conversa com os colegas. Cultura, esporte, política..... não entendemos de nada, mas adoramos uma tese. Numa dessas conversas com o colega Maikio Guimarães, produtor da Rádio Gaúcha, discutíamos algumas questões
Wilson Simonal de Castro foi um dos mais importantes cantores da década de 1960 do século passado. O artista criou um estilo musical chamado "pilantragem" , que misturava swinge e soul. No final daquela década, o cantor passou a apresentar um programa na TV Record chamado "Show em Simonal" . Entre as músicas mais populares de Wilson Simonal estão: Mamãe passou açúcar em mim, Samarina, Meu limão, meu limoeiro e Vesti azul. O cantor desenvolveu seu talento para showman. Brincava, dançava e cantava músicas em várias línguas.
D(["mb","u003cbru003eNo entanto, em 1972, o sucesso se afastou don cantor. Um segurança deu003cbru003eWilson Simonal, sem que ele soubesse, raptou e agrediu o contadoru003cbru003eresponsável pelo desvio de quase toda a fortuna do artista. O caso foiu003cbru003etornado público. O incidente, em plena ditadura militar contribuiuu003cbru003epara que Simonal ficasse com fama de u0026quot;sequestrador e alcagüeteu0026quot;.u003cbru003eSimoninha refutou a tese de haver um vínculo entre seu pai eu003cbru003eintegrantes da ditadura. Ele disse que simonal, assim como tantosu003cbru003eoutros artistas brasileiros também foi perseguido pelos militares.u003cbru003eSimoninha ressaltou que houve um u0026quot;denuncismo vaziou0026quot; em função de seuu003cbru003epai ser negro e estar fazendo sucesso.u003cbru003eAs denúncias contra Wilson Simonal, quando ele vivia o auge dou003cbru003esucesso, levaram o cantor a ser banido do cenário musical e da mídia.u003cbru003eO cantor ficou com fama de u0026quot;dedo durou0026quot;. Seus discos sumiram das lojas.u003cbru003eSuas músicas não tocavam mais nas rádios. Shows e contratos foramu003cbru003ecancelados. Outros artistas se recusavam trabalhar ao lado den Simonal.u003cbru003eSimoninha aponta o patrulhamento ideológico de segmentos da classeu003cbru003eartística nos anos 1970 como fator preponderante para a desmoralizaçãou003cbru003ede seu pai.u003cbru003eWison Simonal chegou a ficar preso por duas semanas em 1974. Ignoradou003cbru003epela imprensa e pela classe artística, o cantor amargou o ostracismou003cbru003eaté o final de sua vida. Até sua morte em 25 de junho 2000, eleu003cbru003etentou, em vão, provar sua inocência, e que não era sequestrador emu003cbru003enem tinha envolvimento com a ditadura militar brasileira. A redençãou003cbru003esó veio seis anos após a morte do cantor. No dia 26 de fevereiro deu003cbru003e2006, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) revelou que Simonal nãou003cbru003eera delator, como foi injustamente acusado. A constatação foi possívelu003cbru003eapós uma investigação da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB.u003cbru003eu003cbru003eposted by Leandro Molina @ 3:29 AM 5 commentsu003c/divu003eu003cpu003e nnn u003chr sizeu003d"1"u003eAbra sua conta no u003ca hrefu003d"http://br.rd.yahoo.com/mail/taglines/mail/*http://br.mail.yahoo.com/" targetu003d"_blank" onclicku003d"return top.js.OpenExtLink(window,event,this)"u003e",1] ); //-->
Em entrevista, o cantor Simoninha, filho de Simonal, disse que seu pai inovou na relação entre artista e público. No entanto, em 1972, o sucesso se afastou do cantor. Um segurança de Wilson Simonal, sem que ele soubesse, raptou e agrediu o contador responsável pelo desvio de quase toda a fortuna do artista. O caso foi tornado público. O incidente, em plena ditadura militar contribuiu para que Simonal ficasse com fama de "sequestrador e alcagüete".
Simoninha refutou a tese de haver um vínculo entre seu pai e integrantes da ditadura. Ele disse que simonal, assim como tantos outros artistas brasileiros também foi perseguido pelos militares.
Simoninha ressaltou que houve um "denuncismo vazio" em função de seu pai ser negro e estar fazendo sucesso.
As denúncias contra Wilson Simonal, quando ele vivia o auge do sucesso, levaram o cantor a ser banido do cenário musical e da mídia.
O cantor ficou com fama de "dedo duro". Seus discos sumiram das lojas. Suas músicas não tocavam mais nas rádios. Shows e contratos foram cancelados. Outros artistas se recusavam trabalhar ao lado de Simonal.
Simoninha aponta o patrulhamento ideológico de segmentos da classe artística nos anos 1970 como fator preponderante para a desmoralização de seu pai.
Wison Simonal chegou a ficar preso por duas semanas em 1974. Ignorado pela imprensa e pela classe artística, o cantor amargou o ostracismo até o final de sua vida. Até sua morte em 25 de junho 2000, ele tentou, em vão, provar sua inocência, e que não era sequestrador em nem tinha envolvimento com a ditadura militar brasileira. A redenção só veio seis anos após a morte do cantor. No dia 26 de fevereiro de 2006, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) revelou que Simonal não era delator, como foi injustamente acusado. A constatação foi possível após uma investigação da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB.
As madrugadas de trabalho sempre proporcionam uma boa conversa com os colegas. Cultura, esporte, política..... não entendemos de nada, mas adoramos uma tese. Numa dessas conversas com o colega Maikio Guimarães, produtor da Rádio Gaúcha, discutíamos algumas questões
políticas. Em funçao da história, o nome de Wilson Simonal surgiu no assunto. O Maikio então sugeriu que eu escrevesse alguma coisa sobre o cantor. Julguei melhor não escrever o que já estava escrito. Há alguns meses o Maikio produziu uma série de programetes chamado "Caso político". Transcrevo aqui o texto de um desses programetes.
Wilson Simonal de Castro foi um dos mais importantes cantores da década de 1960 do século passado. O artista criou um estilo musical chamado "pilantragem" , que misturava swinge e soul. No final daquela década, o cantor passou a apresentar um programa na TV Record chamado "Show em Simonal" . Entre as músicas mais populares de Wilson Simonal estão: Mamãe passou açúcar em mim, Samarina, Meu limão, meu limoeiro e Vesti azul. O cantor desenvolveu seu talento para showman. Brincava, dançava e cantava músicas em várias línguas.
D(["mb","u003cbru003eNo entanto, em 1972, o sucesso se afastou don cantor. Um segurança deu003cbru003eWilson Simonal, sem que ele soubesse, raptou e agrediu o contadoru003cbru003eresponsável pelo desvio de quase toda a fortuna do artista. O caso foiu003cbru003etornado público. O incidente, em plena ditadura militar contribuiuu003cbru003epara que Simonal ficasse com fama de u0026quot;sequestrador e alcagüeteu0026quot;.u003cbru003eSimoninha refutou a tese de haver um vínculo entre seu pai eu003cbru003eintegrantes da ditadura. Ele disse que simonal, assim como tantosu003cbru003eoutros artistas brasileiros também foi perseguido pelos militares.u003cbru003eSimoninha ressaltou que houve um u0026quot;denuncismo vaziou0026quot; em função de seuu003cbru003epai ser negro e estar fazendo sucesso.u003cbru003eAs denúncias contra Wilson Simonal, quando ele vivia o auge dou003cbru003esucesso, levaram o cantor a ser banido do cenário musical e da mídia.u003cbru003eO cantor ficou com fama de u0026quot;dedo durou0026quot;. Seus discos sumiram das lojas.u003cbru003eSuas músicas não tocavam mais nas rádios. Shows e contratos foramu003cbru003ecancelados. Outros artistas se recusavam trabalhar ao lado den Simonal.u003cbru003eSimoninha aponta o patrulhamento ideológico de segmentos da classeu003cbru003eartística nos anos 1970 como fator preponderante para a desmoralizaçãou003cbru003ede seu pai.u003cbru003eWison Simonal chegou a ficar preso por duas semanas em 1974. Ignoradou003cbru003epela imprensa e pela classe artística, o cantor amargou o ostracismou003cbru003eaté o final de sua vida. Até sua morte em 25 de junho 2000, eleu003cbru003etentou, em vão, provar sua inocência, e que não era sequestrador emu003cbru003enem tinha envolvimento com a ditadura militar brasileira. A redençãou003cbru003esó veio seis anos após a morte do cantor. No dia 26 de fevereiro deu003cbru003e2006, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) revelou que Simonal nãou003cbru003eera delator, como foi injustamente acusado. A constatação foi possívelu003cbru003eapós uma investigação da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB.u003cbru003eu003cbru003eposted by Leandro Molina @ 3:29 AM 5 commentsu003c/divu003eu003cpu003e nnn u003chr sizeu003d"1"u003eAbra sua conta no u003ca hrefu003d"http://br.rd.yahoo.com/mail/taglines/mail/*http://br.mail.yahoo.com/" targetu003d"_blank" onclicku003d"return top.js.OpenExtLink(window,event,this)"u003e",1] ); //-->
Em entrevista, o cantor Simoninha, filho de Simonal, disse que seu pai inovou na relação entre artista e público. No entanto, em 1972, o sucesso se afastou do cantor. Um segurança de Wilson Simonal, sem que ele soubesse, raptou e agrediu o contador responsável pelo desvio de quase toda a fortuna do artista. O caso foi tornado público. O incidente, em plena ditadura militar contribuiu para que Simonal ficasse com fama de "sequestrador e alcagüete".
Simoninha refutou a tese de haver um vínculo entre seu pai e integrantes da ditadura. Ele disse que simonal, assim como tantos outros artistas brasileiros também foi perseguido pelos militares.
Simoninha ressaltou que houve um "denuncismo vazio" em função de seu pai ser negro e estar fazendo sucesso.
As denúncias contra Wilson Simonal, quando ele vivia o auge do sucesso, levaram o cantor a ser banido do cenário musical e da mídia.
O cantor ficou com fama de "dedo duro". Seus discos sumiram das lojas. Suas músicas não tocavam mais nas rádios. Shows e contratos foram cancelados. Outros artistas se recusavam trabalhar ao lado de Simonal.
Simoninha aponta o patrulhamento ideológico de segmentos da classe artística nos anos 1970 como fator preponderante para a desmoralização de seu pai.
Wison Simonal chegou a ficar preso por duas semanas em 1974. Ignorado pela imprensa e pela classe artística, o cantor amargou o ostracismo até o final de sua vida. Até sua morte em 25 de junho 2000, ele tentou, em vão, provar sua inocência, e que não era sequestrador em nem tinha envolvimento com a ditadura militar brasileira. A redenção só veio seis anos após a morte do cantor. No dia 26 de fevereiro de 2006, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) revelou que Simonal não era delator, como foi injustamente acusado. A constatação foi possível após uma investigação da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB.
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