A partida entre Portuguesa Santista e São José, no Estádio Ulrico Mursa, em Santos, válida pelo Campeonato Paulista da Série A-2, foi marcada por cenas revoltantes. Os torcedores da Briosa promoveram ofensas raciais contra o goleiro do próprio time, Tom Cristian.
Os insultos provocaram o encerramento do jogo, com derrota santista por 3 a 0. O fato foi relatado na súmula e o goleiro registrou boletim de ocorrência (BO).
O árbitro Henrique Otto Cruz Hengstmann detalhou que as ofensas tiveram início aos 30 minutos do segundo tempo, logo após o São José marcar o terceiro gol.
A partir daí, torcedores que estavam atrás do gol xingaram o jogador, o chamando de “macaco”, “preto” e “filho da p*”. Além disso, atiraram objetos ao gramado.
Na súmula também consta que não foi possível identificar os responsáveis pelas ofensas. Entretanto, o crime racial foi testemunhado por mais quatro jogadores da Briosa: os zagueiros Bruno, Sorriso, Wellington e o volante Léo Mancha.
No momento em que os atletas relataram o fato ao árbitro, o jogo foi paralisado e, após 23 minutos, todos os jogadores e integrantes da comissão técnica da Briosa deixaram o campo. Diante deste cenário, o jogo foi encerrado.
Nota de repúdio
A Portuguesa Santista divulgou uma nota para repudiar a atitude dos seus torcedores e prometeu identificar os responsáveis. Confira a íntegra da nota.
“Os valores da Associação Atlética Portuguesa se traduzem em sua história. Uma história de luta contra todo tipo de preconceito, sobretudo o racial. A Briosa é o clube que enfrentou o Apartheid e, por isso, repudia o episódio de racismo relatado pelo goleiro Tom, que teria ocorrido na noite desta quinta-feira (20), na partida diante do São José, válida pelo Paulistão A-2. Neste momento, a diretoria da Briosa está debruçada em identificar os envolvidos no episódio para que sejam punidos em conformidade com a lei”.
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