Resfriados e gripes estão entre as infecções respiratórias mais comuns. De acordo com o boletim InfoGripe da Fiocruz, no período de 18 de abril a 25 de maio, 72,5% dos óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) estavam relacionados à influenza A.
Embora compartilhem sintomas semelhantes — como tosse, dor de garganta e dor de cabeça — as duas condições são provocadas por vírus distintos e afetam diferentes partes do corpo, exigindo atenção específica para diagnóstico e tratamento adequados.
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A principal diferença está no agente causador. O resfriado pode ser provocado por mais de 200 tipos de vírus, incluindo rinovírus, adenovírus e alguns coronavírus. Já a gripe é causada apenas pelos vírus influenza, principalmente os tipos A e B, responsáveis pelas epidemias sazonais.
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Resfriado
Segundo especialistas, o resfriado afeta principalmente as vias respiratórias superiores, como nariz e garganta. Isso costuma resultar em sintomas leves, como coriza, espirros e tosse, que desaparecem entre 2 e 4 dias. Mesmo que o mal-estar incomode, a maioria das pessoas consegue manter suas atividades rotineiras. Ainda assim, é recomendado evitar contato próximo com outras pessoas para evitar a disseminação do vírus.
Gripe
A gripe, por sua vez, costuma atingir tanto o trato respiratório superior quanto o inferior — incluindo traqueia e pulmões — e pode afetar até outros órgãos. Os sintomas costumam aparecer de forma repentina e são mais intensos: febre alta, calafrios, dores no corpo e, em casos graves, complicações como pneumonia, que podem exigir internação hospitalar.
O diagnóstico também segue caminhos diferentes. Para o resfriado, normalmente um exame clínico e o histórico do paciente são suficientes. Já para confirmar a gripe, é necessário um exame laboratorial feito com amostras das vias nasais. Há ainda testes que identificam gripe e COVID-19 ao mesmo tempo, o que facilita a escolha do tratamento correto.
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Tratamento
Não há cura imediata para nenhuma das duas infecções, mas é possível amenizar os sintomas. Para resfriados, analgésicos como paracetamol e descongestionantes são comumente usados. No caso da gripe, antivirais podem encurtar o tempo da infecção e, em quadros mais graves, reduzir o risco de morte — especialmente se administrados no início.
Atualmente, não há vacina contra o resfriado comum, mas existe imunização anual contra a gripe. Com a alta dos casos de vírus respiratórios, a pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz e do InfoGripe, Tatiana Portella, recomenda que as pessoas usem máscaras em locais fechados, com maior aglomeração de pessoas e dentro dos postos de saúde.
Em caso de surgimento de sintomas a orientação é ficar em casa em isolamento. Caso não seja possível, o indicado é que as pessoas saiam de casa usando máscara. “Por fim, pedimos que as pessoas dos grupos elegíveis, que ainda não se vacinaram contra a influenza A, que se vacinem o quanto antes”, ressalta Portella.