Os preços dos ovos nos Estados Unidos atingiram um recorde histórico em janeiro de 2025, com uma dúzia custando, em média, US$ 4,95 (R$ 28), segundo Departamento de Agricultura (USDA).
O valor representa um aumento de 19,5% em relação a dezembro de 2024 e 65% a mais no mesmo período do ano anterior. O custo atual supera o pico anterior de US$ 4,82, registrado em janeiro de 2023, durante o governo Biden.
A alta dos preços foi causada por conta dos surtos de gripe aviária que ocorrem nas granjas ao redor dos EUA. Para conter a propagação do vírus, protocolos demandam o sacrifício de aves inteiras em granjas contaminadas, resultando no abate diário de milhões de animais.
Desde fevereiro de 2022, mais de 138 milhões de aves foram infectadas pelo H5N1, incluindo 23 milhões apenas em janeiro de 2025.
O problema é que talvez os abates não estejam sendo suficientes. O Centro de Controle de Doenças (CDC) confirmou 69 casos humanos em 12 estados, com uma morte associada ao H5N1 até sexta-feira (14).
Apesar do aumento de ocorrências em animais — incluindo aves selvagens, vacas leiteiras e gatos domésticos —, o CDC afirma que o risco à saúde pública permanece "baixo", sem evidências de transmissão entre humanos.
Preços em alta e Trump degola controle da doença
O departamento de Agricultura ainda projeta que os preços dos ovos subirão até 20% ao longo de 2025, pressionando ainda mais os consumidores, mostrando que a promessa de campanha do presidente Donald Trump de reduzir os valores do ovo talvez seja impraticável.
No nível de saúde pública, a administração Trump demitiu na sexta-feira (14) quase metade dos integrantes do programa de epidemiologistas de elite do CDC, conhecidos como "detetives de doenças".
As demissões fazem parte de um esforço para reduzir os gastos do governo federal, liderado pelo Departamento de Eficiência Governamental de Elon Musk, e ocorrem paralelamente à promessa do novo secretário de Saúde, Robert F. Kennedy Jr., de reestruturar as agências de saúde.
"Estou furioso", disse um epidemiologista sênior do CDC à AFP, sob condição de anonimato. "Estamos à beira de uma potencial pandemia, e estamos demitindo as pessoas com mais experiência no país."