ATENÇÃO COM A SAÚDE

Refrigerante “sem açúcar”? Pesquisas mostram problemas que essas bebidas podem causar

Para muita gente esse tipo de bebida é mais “saudável”, mas o que foi apurado até agora pela ciência é assustador. Entenda o resultado dos estudos

Imagem ilustrativa.Créditos: Pixabay Free
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Muita gente nos últimos anos abandonou o consumo de refrigerante convencional para dar preferência aos chamados refrigerantes “sem açúcar”. Só que essa opção pode trazer sérios riscos para a saúde, algo inesperado por quem resolve fazer a troca pensando ser algo “mais saudável”.

O mais recente estudo da Associação Americana do Coração sobre o tema mostrou que o consumo de tais bebidas pode estar relacionado com o aumento do desenvolvimento de uma forma grave de arritmia chamada “fibrilação atrial”, caracterizada por uma coagulação do sangue dentro do coração. Ao analisarem os prontuários de mais de 200 mil pacientes, os pesquisadores perceberam um risco 20% mais elevado para a incidência desta condição cardíaca em quem tomava pelo menos dois litros desses refrigerantes “sem açúcar” por semana, ainda que a pesquisa não estabeleça uma causa direta para o fenômeno, tampouco aponte o funcionamento desse suposto “mecanismo”.

Especialistas alertam que não é prudente estabelecer essa conexão de forma tão direta entre as duas coisas também por outros fatores, como o fato de pessoas que consomem mais refrigerante serem mais obesas e, consequentemente, mais propensas a diabetes e outras doenças cardíacas. No entanto, o dado é preocupante e aparentemente revela que algo pode gerar problema nesse consumo.

Problemas não param por aí

Há menos de um ano a IARC (Agência Internacional de Pesquisa em Câncer, na sigla em inglês), entidade subordinada à Organização Mundial da Saúde (OMS), classificou o aspartame, um componente químico usado para adoçar bebidas e comidas na indústria alimentícia, como um agente “possivelmente cancerígeno”. A decisão veio depois que um compilado de 1300 pesquisas foi analisado, muito embora os estudos não tenham estabelecido uma relação clara direta entre aspartame e câncer, mas sim sugerido essa ligação por meio de evidências limitadas.

Embora a OMS tenha emitido tal alerta, os índices apregoados pela entidade para consumo “seguro” dos tais refrigerantes “sem açúcar” são confusos. Quem ingere até 40mg de aspartame por dia estaria dentro do limite aceitável, mas isso é valor que equivale ao consumo de 9 a 14 latas dessas bebidas, o que aparentemente já é um absurdo.

Em 2023, um outro estudo, desta vez levado a cabo pela agência NIH (Institutos Nacionais da Saúde), do governo dos EUA, mostrou o que aparenta ser uma contradição. As pessoas que deixam de consumir refrigerante convencional para beber os que “não têm açúcar”, naturalmente com medo de desenvolverem diabetes, vêm justamente apresentando índices maiores de desenvolvimento de diabetes tipo 2. A análise patrocinada pela NIH foi realizada num universo de mais de 100 pacientes de inúmeras instituições de saúde de vários estados dos EUA.