Com a epidemia de dengue declarada em vários estados do país, é normal que as pessoas busquem se proteger dos insetos com o uso de repelentes.
O problema é que, se são inofensivos para os humanos, eles trazem problemas para os gatos, que podem ser graves.
A tal ponto que Pedro Horta, médico veterinário especialista em felinos e responsável pelo Hospital Veterina´rio 4cats, em São Paulo, chega a aconselhar fazer o que os gatos menos gostam, caso o repelente tenha entrado em contato com o animal:
"No geral, não é recomendado dar banho em gatos, mas essa é uma situação necessária", diz o especialista.
Horta aconselha a não passar lenços umedecidos, pois podem provocar no gato a tentação de lamber o local. O ideal é água e sabão na área que teve contato com o repelente.
A médica-veterinária Paloma Caleiro, da equipe do pronto-socorro do Veros Hospital Veterinário, fala sobre sintomas de intoxicação e alerta que, ao fazer uso de repelentes aerossóis, o aconselhável é retirar o gato do espaço.
Os sintomas mais comuns de intoxicação por ingestão de repelentes incluem vômitos, salivação, tremores e diarreia. Em casos mais graves, pode ocorrer fraqueza, convulsão e perda da consciência. Já quando a intoxicação acontece pela via inalatória, pode ocorrer tosse e espirros incessantes, dificuldade respiratória e língua arroxeada ou mais escura.
“Lembrando que, em qualquer desses sinais, não se deve medicar o animal em casa, nem dar alimentos, sucos ou leite. A indicação é buscar atendimento emergencial veterinário pois cada segundo conta para salvar a vida do pet e qualquer medicação ou alimento dado a mais pode interferir negativamente no trabalho do veterinário”, orienta Paloma.
Dengue e os gatos
Os gatos não contraem dengue, zika ou chikungunya, mas o mosquito Aedes aegypti, transmissor dessas doenças, além da coceira no local da picada, pode transmitir a dirofilariose, que causa alterações cardiopulmonares, podendo levar a sintomas como tosse, cansaço fácil ao exercício, apatia e mucosas, como a gengiva, arroxeadas.
O ideal é usar repelentes próprios para os bichanos, como coleiras e as pipetas, sob orientação do médico veterinário.
Com informações da Folha e da CNN.