INVESTIGAÇÃO

Contaminação por HIV: Saiba quais órgãos pacientes receberam de doadores infectados

No total, foram realizados 9 transplantes de órgãos comprometidos: 1 paciente morreu, 2 não se infectaram e 6 foram contaminados

PSC Lab Saleme: "Estamos em manutenção".Créditos: Fernando Frazão/Agência Brasil
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O caso dos pacientes que se submeteram a transplantes e foram infectados por HIV, por terem recebido órgãos contaminados, no Rio de Janeiro, ganhou novas informações.

Na verdade, diferentemente do que foi divulgado antes, não foram seis pessoas que sofreram com o descaso do laboratório PCS Lab Saleme.

O estabelecimento está sob investigação, porque emitiu laudos errados, o que ocasionou a infecção nos receptores, que acabaram recebendo órgão infectados com o vírus.

Todos os investigados ligados ao laboratório estão presos. São eles: Walter Vieira, médico ginecologista, é sócio do PCS Lab Saleme e responsável técnico do laboratório. Ele assinou um dos laudos errados. Além disso, Vieira é tio do deputado federal Doutor Luizinho (PP), que foi secretário de Saúde do RJ no ano passado.

Jacqueline Iris Bacellar de Assis era auxiliar administrativa no PCS Lab Saleme e também foi responsável pela assinatura de um dos laudos que atestaram que os doadores de órgãos não tinham HIV.

Cleber de Oliveira dos Santos é biólogo e técnico de laboratório contratado pelo PCS para fazer análise clínica no material que chegava da Central Estadual de Transplantes.

Ivanilson Fernandes dos Santos era técnico de laboratório contratado pelo PCS para fazer análise clínica no material que chegava da Central Estadual de Transplantes.

No total, nove pacientes receberam órgãos com HIV. Seis foram infectados, dois receptores não foram contaminados e um morreu depois do procedimento.

Os receptores dos órgãos são homens e mulheres, e estão recebendo tratamento em hospitais da Bahia e do Rio de Janeiro.

Os órgãos foram retirados de dois doadores infectados com HIV: um homem de 28 anos e uma mulher de 40, de acordo com reportagem da Folha de S.Paulo.

Coração, rins, fígado e córnea

O homem de 28 anos, que era HIV positivo, doou para seis pacientes. Quatro deles foram infectados e uma morreu.

O receptor de uma córnea não foi contaminado. A Sociedade Brasileira de Córnea (SBC) e o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) informaram que não há registro na literatura médica de transmissão do vírus por transplante de córnea, porque o órgão não possui vasos sanguíneos.

Mais três pacientes receberam coração (homem de 45 anos), rim (mulher de 61) e outro rim (mulher de 60). Todos foram contaminados.

Rins, fígado e córnea

A segunda pessoa doou quatro órgãos, sendo que uma das pacientes que recebeu a córnea não foi infectada. Uma mulher de 50 anos e um homem de 43 receberam um rim cada. O fígado da segunda doadora também foi doado. O receptor foi um idoso de 76 anos.

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