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Pessoas sofrem mais infartos às segundas-feiras, diz estudo europeu

Explicação ainda não é comprovada, mas já há claros indícios do que ocorreria. Entenda o porquê de tal fenômeno na saúde do coração

Imagem ilustrativa.Créditos: Governo do Espírito Santo
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Um estudo realizado na Ilha da Irlanda, que englobou casos ocorridos na República da Irlanda e na Irlanda do Norte, nação integrante do Reino Unido, mostrou que o número de pessoas que passa por um infarto é pelo menos 13% maior às segundas-feiras do que em qualquer outro dia da semana. A pesquisa foi dirigida por médicos do Belfast Health and Social Care Trust e do Royal College of Surgeons.

Os estudiosos constataram que um infarto do tipo STEMI, quando uma grande coronária é completamente obstruída, é especialmente alto nos dias que inauguram a semana de trabalho. Embora a explicação não esteja totalmente comprovada, os especialistas veem claros indícios que apontariam para tal razão deste fenômeno na saúde cardíaca: a alteração do ciclo circadiano (o ritmo biológico em que o organismo funciona e executa suas funções no dia a dia, atrelado ao ciclo de sono ou de vigília do corpo) e o aumento da tensão e do estresse pela volta ao serviço depois de dias de descanso no fim de semana.

A análise foi feita com base nos dados de 10.528 pacientes internados após ter um infarto, tenham eles sobrevivido ou não.

“É provável que seja devido ao estresse de voltar ao trabalho. O aumento do estresse leva ao aumento dos níveis do hormônio do estresse cortisol, que está associado a um maior risco de ataque cardíaco”, explicou o cardiologista Jack Laffan, do Belfast Health and Social Care Trust, responsável pela pesquisa.

O profissional falou ainda do possível papel dos hormônios em ocorrências do tipo, assim como em casos de AVC, embora tenha salientado que as respostas obtidas até agora não sejam definitivas.

“O mecanismo exato para essas variações é desconhecido, mas presumimos que tenha algo a ver com a forma como o ritmo circadiano afeta os hormônios circulantes que podem influenciar ataques cardíacos e derrames”, concluiu o médico pesquisador.