O ex-primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, morreu nesta segunda-feira (12), aos 86 anos. Ele estava internado no hospital San Raffaele, em Milão, acompanhado pela esposa, Marta Fascina, e por seus filhos.
Ele, que também foi proprietário do time de futebol Milan, enfrentava uma batalha contra a leucemia mielomonocítica crônica e também sofria com uma infecção pulmonar. Berlusconi foi hospitalizado no dia 5 de abril para tratamento da doença e permaneceu no hospital por mais de um mês.
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A equipe médica do político informou que ele foi submetido a um “tratamento citorredutor especializado”, além de quimioterapia.
A leucemia mielomonocítica crônica (CMML) é um tipo de câncer que começa nas células formadoras de sangue da medula óssea e é caracterizada pela presença de números altíssimos e anormais de monócitos (tipo de glóbulo branco) no sangue e na medula óssea.
Afeta, especialmente, adultos mais velhos, já que é uma doença que geralmente é diagnosticada após os 60 anos. Os homens são mais atingidos do que as mulheres.
As síndromes mielodisplásicas são um grupo de doenças nas quais as células sanguíneas da medula óssea não amadurecem em células sanguíneas saudáveis.
A Sociedade Americana contra o Câncer aponta que cerca de 15% a 30% das pessoas com a doença podem desenvolver leucemia mielóide aguda.
A patologia tem características tanto de uma síndrome mielodisplásica quanto de uma neoplasia mieloproliferativa. Por isso, os estudiosos estabeleceram uma nova categoria para ela: neoplasia mielodisplásica/mieloproliferativa.
Um dos grandes avanços nos últimos cinco anos é que a compreensão das anormalidades moleculares que causam a doença melhorou e “espera-se que este novo conhecimento permita o desenvolvimento de novos e melhores tratamentos terapêuticos", indicou a Sociedade Leucemia e Linfoma, organização estadunidense que se dedica a “financiar pesquisas sobre câncer de sangue e fornecer educação e serviços aos pacientes”.
Como é o desenvolvimento da doença
A leucemia mielomonocítica crônica é uma doença clonal, na qual um grupo de células idênticas se multiplica de forma desconrolada. A alteração atinge o desenvolvimento adequado de um tipo de glóbulo branco chamado “monócito”, que representa entre 5% e 10% das células no sangue humano normal.
A doença tem início no momento em que uma célula-tronco na medula óssea sofre mutação. O resultado é uma produção anormal de células sanguíneas e superprodução de blastos e monócitos imaturos, tipos de glóbulos brancos que expulsam outras células sanguíneas.
Ao longo do tempo, os monócitos anormais se acumulam na medula e em outros órgãos e afetam a produção normal de outros tipos de células sanguíneas, incluindo glóbulos vermelhos (que transportam oxigênio para todos os tecidos do corpo) e plaquetas (que formam coágulos para ajudar a parar sangramento após uma lesão).
Caso não seja tratada, a CMML pode levar a um baixo número de glóbulos vermelhos que não conseguem fornecer a quantidade adequada de oxigênio, levando à anemia. Também pode causar a incapacidade do sistema imunológico de se proteger contra infecções de forma eficaz, em consequência da falta de neutrófilos (um tipo de glóbulo branco), uma condição chamada leucopenia.
Confira os sintomas da doença
Os sintomas mais comuns da leucemia mielomonocítica crônica, conforme a Sociedade Leucemia e Linfoma, são os seguintes:
-Fraqueza e fadiga devido à anemia; (uma condição na qual o sangue não possui o número adequado de glóbulos vermelhos saudáveis para transportar oxigênio suficiente para todas as partes do corpo);
-Petéquias (pequenos pontos vermelhos na pele), hematomas e sangramento em consequência da trombocitopenia (número insuficiente de plaquetas);
-Infecções frequentes devido à leucopenia;
-Aumento do baço e do fígado.
Tratamento
A doença não tem cura. Porém, há alternativas terapêuticas para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. A maioria dos casos de leucemia mielomonocítica crônica é tratada com medicamentos.
A Sociedade Americana contra o Câncer aponta que o tratamento para CMML pode incluir diferentes terapias, como quimioterapia, radioterapia, cirurgia ou transplante de células-tronco.
O transplante de células-tronco é indicado apenas para alguns pacientes, segundo especialistas da entidade estadunidense. “A segurança e a eficácia de novas terapias para leucemia mielomonocítica crônica e leucemia mielomonocítica juvenil estão sendo investigadas em ensaios clínicos”, ressaltam, de acordo com o site Infobae.