O dinheiro gasto pelas famílias brasileiras com cigarro poderia ser canalizado para compra de comida e ações de promoção da saúde das pessoas. É o que diz um estudo do Instituto Nacional de Câncer (INCA), segundo o qual, os brasileiros que fumam destinam cerca de 8% da renda familiar per capita (por indivíduo), mensalmente, para a compra de cigarros industrializados.
O gasto mensal chega a quase 10% da renda entre os fumantes na faixa etária de 15 a 24 anos, atingindo 11% entre aqueles com ensino fundamental incompleto. Apontado por pesquisas como um dos cinco cigarros mais baratos do mundo, além de causar danos irreparáveis à saúde, o cigarro vendido no Brasil tira a comida da mesa da população, e mata.
No Brasil, 443 pessoas morrem a cada dia por causa do tabagismo.
O estudo do INCA destaca a importância de ser criado de fato um imposto específico para produtos derivados do tabaco, de forma que se possa voltar a ter aumento de preço. Os recursos desse imposto devem ser canalizados para o Sistema Único de Saúde (SUS), por exemplo, para tratamento de doenças relacionadas ao uso do tabaco.
Hoje o custo do tabagismo para o país representa muito mais do que é arrecadado em termos de impostos pela indústria do tabaco. Segundo o INCA, a arrecadação chega a 10% do custo estimado de R$ 125 milhões por ano.
Nesta quarta-feira (31), o instituto lança a campanha “Precisamos de comida, não de tabaco / Plante comida, não plante tabaco”, da Organização Mundial da Saúde (OMS).
A campanha do Dia Mundial sem Tabaco 2023 aborda a importância da diversificação ou substituição da cultura de tabaco, principalmente para pequenos agricultores. O objetivo é incentivar os governos a acabar com os subsídios ao cultivo do tabaco e a usar recursos econômicos para programas de substituição de cultivos que melhorem a segurança alimentar e a nutrição.
De acordo com o INCA, o cultivo, a produção, o consumo, o uso e o descarte do tabaco são prejudiciais tanto para o meio ambiente quanto para a saúde dos agricultores e consumidores de tabaco.