ENTENDA

Nove respostas para entender a causa da esclerose múltipla em jovens

O tratamento precoce pode retardar a progressão da doença, permitindo uma vida mais independente; veja sintomas, causas e terapias

Imagem Ilustrativa.Créditos: Reprodução
Escrito en SAÚDE el

Hoje, 30 de maio, é lembrado o Dia Mundial da Esclerose Múltipla (EM) com o objetivo de reunir a comunidade internacional envolvida com o tema para fazer campanhas com e para todos os afetados. De acordo com levantamento recente, estima-se que há 2,8 milhões de pessoas vivendo com EM em todo o mundo, ou seja, 1 em cada 3 mil pessoas no planeta vive com a doença. Para entender melhor a patologia que acomete principalmente jovens, seguem 10 respostas:

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1- O que é esclerose múltipla?

É uma doença neuro degenerativa autoimune crônica do sistema nervoso central que ocorre quando o sistema imunológico não reconhece a mielina (tecido que protege as fibras nervosas) e a ataca como se fosse um agente estranho. Com isso, afeta a capacidade dos nervos de conduzir impulsos elétricos de e para o cérebro.

Apresenta surtos que podem afetar qualquer área do cérebro, nervo óptico ou medula espinhal. É por isso que a doença em cada caso evolui de maneira diferente, alterando em maior ou menor grau a qualidade de vida dos pacientes.

2- Qual é a causa?

A esclerose múltipla não é uma doença contagiosa. Sua causa é desconhecida, mas há evidências de que ocorre como consequência de uma predisposição genética associada a fatores ambientais. Além disso, existem alguns fatores infecciosos. Pessoas que tiveram uma infecção trivial na infância, como a mononucleose infecciosa, podem desenvolvê-la com o tempo. 

3- Quais são seus principais sintomas?

Os sintomas da doença variam , pois podem afetar diferentes áreas do sistema nervoso central e incluem:

-Fadiga

-Dificuldade para caminhar

-Visão dupla

-Espasmos

-Perda de visão

-Incontinência e problemas para urinar

-Perda de equilíbrio

-Dormência

-Dificuldade em movimentar braços e pernas

-Diminuição do tempo de atenção

-Perda de memória

-Dificuldade em raciocinar e resolver problemas

-Depressão/tristeza

-Perda de audição

-Dificuldades para falar, mastigar e engolir

4- A quem afeta?

Geralmente é diagnosticado entre as idades de 20 e 40 anos, sendo que as mulheres são duas vezes mais propensas a tê-lo do que os homens. O seu aparecimento em crianças e adultos com mais de 65 anos é raro.

5- Existem diferentes tipos de EM?

Embora seja uma patologia com curso imprevisível, pode ser diferenciada de acordo com seu comportamento, segundo o qual os especialistas a classificam como esclerose múltipla recorrente (EMR), esclerose múltipla progressiva secundária (EMPS) e esclerose múltipla progressiva primária (EMPP): 

- A EMPS é a mais frequente, pois ocorre em 85% dos casos e caracteriza-se por períodos de surtos e remissões.

- EMPP geralmente começa como EMR, mas depois piora progressivamente a função neurológica e a incapacidade, com ou sem recaída.

- EMPP cobre entre 12% e 15% dos casos. Caracteriza-se por piora progressiva dos sintomas, sem recidivas ou remissões.

6- Existe cura para EM?

A esclerose múltipla ainda não tem cura, mas existem tratamentos que podem alterar seu curso, reduzindo sua atividade e retardando o acúmulo de incapacidades.

7- Como é tratada a EM?

O objetivo de seu tratamento é controlar sua atividade o mais rápido possível, interrompendo a progressão, controlando os sintomas e ajudando o paciente a ter uma boa qualidade de vida.

8- Como afeta a vida diária das pessoas com EM?

A EM afeta o bem-estar emocional da pessoa e seu ambiente. A doença em cada caso evolui de maneira diferente, alterando em maior ou menor grau a qualidade de vida. Embora seja uma patologia com curso imprevisível, pode ser diferenciada de acordo com seu comportamento.

Desde que foram lançadas as primeiras opções terapêuticas, voltadas para o controle dos sintomas e sinais da doença, os avanços na abordagem da esclerose múltipla têm sido significativos, impactando positivamente na qualidade de vida dos pacientes. 

9- Qual a diferença entre Esclerose Múltipla e Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)?

Muitas pessoas tendem a confundir a Esclerose Múltipla (EM) com a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). Embora ambas as doenças sejam neurodegenerativas e afetem o sistema nervoso, são patologias que apresentam sintomas, consequências e prognósticos diferentes.

Tanto na origem como nas causas e na evolução são doenças completamente diferentes. A esclerose múltipla é uma doença autoimune que se caracteriza por acometer pessoas jovens que podem ter períodos de piora seguidos de períodos de melhora e que, em geral, os sintomas podem afetar diferentes áreas do sistema nervoso central. 

Em contraste, a esclerose lateral amiotrófica é uma doença degenerativa .Está dentro das chamadas doenças do neurônio motor, que progridem rapidamente, em poucos anos, produzindo paralisia muscular precisamente progressiva que pode incluir até comprometimento respiratório nos estágios finais.