CUIDADO

Surto de doença que muda a cor dos olhos gera alerta para perigo imperceptível

Provocada por inseto, enfermidade incomum e assustadora preocupa Austrália, alterando a rotina das populações onde a incidência aumentou repentinamente

Menina com o "olho de Natal", na Austrália.Créditos: Instagram/Reprodução
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“Olho de Natal”. Eis o nome de uma doença incomum que apareceu em pelo menos 30 pessoas numa área rural do sudeste da Austrália só no último mês. Quem sofre com tal enfermidade apresenta uma mudança assustadora na cor dos olhos. Normalmente em um deles, mas se coçá-lo e tocar o outro, pode ser acometido nas duas vistas.

A manifestação é provocada por um pequeniníssimo besouro típico da região de Nova Gales do Sul, conhecido por orthoperus, que mede apenas meio milímetro. Ou seja, praticamente invisível e, portanto, imperceptível. Numa simples caminhada, se o inseto caiu de uma árvore e está no ar, ele pode entrar em contato com o olho humano e imediatamente liberar uma toxina muito agressiva.

Orthoperus, típico da Austrália

Só que essa não é a única forma de se infectar com sua perigosa secreção. Se você pisa num microscópico besouro desses e depois de minutos toca o calçado, a substância passa para sua mão, o que torna o caminho muito mais fácil para chegar à vista, já que tocamos o rosto o tempo todo.

Orthoperus e sua secreção tóxica

Com a agressividade da toxina, a camada de células do olho imediatamente fica tomada por bolhas, que depois de alguns dias caem, o que muda a sua cor, tornando-o verde, só que num tom bastante incomum. O problema maior está em outro sintoma de quem se infecta pela secreção do orthoperus: a dor.

Os médicos explicam que o nível de sofrimento físico provocado pela secreção do inseto é comparável à sensação dolorosa de um parto, fazendo com que pacientes gritem desesperados. Embora tenha colocado muita gente em alerta na Austrália, onde não é exatamente uma ocorrência corriqueira, mas também não é raríssima, o “olho de Natal”, que recebe esse nome por sempre surgir na época do fim do ano, que corresponde ao verão do Hemisfério Sul, tem tratamento relativamente fácil, sem deixar sequelas, desde que os colírios anti-inflamatórios e antibióticos sejam usados corretamente.

A recomendação dos médicos e biólogos é que as pessoas utilizem óculos de proteção nessas regiões onde a doença vem aparecendo com mais frequência, já que outras medidas contra o perigoso inseto não seriam tão simples e eficazes. Os habitantes locais têm evita longas exposições ou trajetos onde existam muitas árvores, assim como redobrando os cuidados com o manuseio dos calçados e com a higiene das mãos.