Poppy Beguely, uma moradora da cidade de Auckland, na Nova Zelândia, estava com 18 anos e adorava sair com os amigos para os bares e baladas. Ele costumava “caprichar” nas doses que tomava nessas saídas divertidas e conhecia bem as reações de seu corpo ao álcool. De repente, seu day after passou a ficar cada vez mais pesado.
Não eram apenas as comuns dores de cabeça suportáveis e o ligeiro embrulho no estômago, associados à moleza característica da ressaca. Poppy passou a vomitar de forma frequente, abundantemente, e surgiu uma espécie de ferida no nariz, em seu rosto e no peito. Muitas vezes ela tinha tosse e cuspia sangue. Era óbvio que algo não estava certo e aquilo não era apenas uma reação ao álcool, embora ela tenha pensado inicialmente trata-se de um caso de intolerância à substância.
“Antes de ficar doente, eu saía bastante e podia beber muito. No dia seguinte me sentia bem. Às vezes, tinha um pouco de dor de cabeça, mas nada sério. De repente, percebi que minha tolerância era muito menor e minha noite terminaria com vômitos toda vez, mesmo depois de apenas três bebidas. O dia seguinte seria ainda pior. Eu me sentia extremamente mal. Pensei que poderia ser alérgica ao álcool”, relatou a moça à revista norte-americana Newsweek.
Essas mudanças brutais ocorreram no finalzinho de 2021 e ela então resolveu procurar um médico. Nada de muito grave era cogita pelos profissionais e os sintomas passaram a se acumular. Agora ela tinha dores abdominais muito fortes e sangramento constante no nariz. Numa consulta, foi diagnosticada com uma possível trombose venosa profunda e remédios anticoagulantes foram receitados. Nada dava resultado.
Só entre junho e outubro de 2022, quando já tinha 19 anos, ela foi parar três vezes no hospital após beber um pouco com os amigos. O mistério e a preocupação só aumentavam. Numa dessas noites, após ingerir bebida alcoólica, foi levada pela quarta vez à unidade de saúde, só que desta vez o diagnóstico viria: câncer.
Para ser mais preciso, Poppy tinha um linfoma de Hodgkin em estágio três, já com pontos da doença no pescoço, peito e braço. Seu estado era bastante grave, visto que a enfermidade estava bem desenvolvida.
“Eu estava arrasada antes de começar a terapia. Acho que estive em modo de sobrevivência o tempo todo. Eu não tinha muita capacidade emocional para lidar com a notícia. Minha cabeça estava focada em superar isso. Minha família me apoiou enormemente; eu não teria conseguido passar por isso sem eles”, contou Poppy à publicação dos EUA. Ela iniciou o tratamento com quimioterapia poucos dias após fazer 20 anos, em fevereiro deste ano.
A boa notícia é que os médicos, após meses usando o método, disseram à jovem neozelandesa que o câncer entrou em remissão, ou seja, estava “não detectável” em seu corpo, o que na prática é uma cura, ainda que a paciente necessite de um acompanhamento minucioso para monitoramento de sua saúde.
“Os médicos disseram que era improvável que fosse fatal, desde que eu não contraísse infecções graves durante a quimio. O linfona de Hodgkin tem uma alta taxa de remissão. Então, felizmente, peguei o mal menor”, concluiu Poppy.