A doença é a esporotricose, uma micose causada pelo fungo Sporothrix brasiliensis. Ela ataca gatos, cães e humanos, mas apenas os gatos a transmitem.
Em declaração à Folha, o infectologista Flávio Telles, coordenador do Comitê de Micologia da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) e professor do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Paraná, afirma que não há controle da doença no Brasil e há um aumento de casos em alguns estados.
A transmissão da esporotricose ocorre entre gatos e deles para cães e seres humanos através de mordidas, arranhões e do contato com as lesões dos infectados. Os bichanos carregam o fungo nas garras, na saliva e no sangue.
Uma nota técnica do Ministério da Saúde este ano atesta que a doença é "um grave caso de saúde pública".
A falta de uma notificação obrigatória dificulta o controle da doença, que em alguns casos pode levar à morte.
"Em seres humanos a esporotricose é benigna, mas pessoas imunodeprimidas merecem atenção, porque nelas há a possibilidade de evolução para formas graves. É o caso de pacientes com HIV e câncer e idosos com o sistema imune comprometido, por exemplo", orienta a infectologista do Hospital Osvaldo Cruz, Helena Lemos Petta.
Quanto aos gatos, o maior problema é que as pequenas feridas iniciais podem ser confundidas com machucados normais. O ideal é levar o animal ao veterinário para afastar a suspeita, porque o fungo pode se alastrar e causar a morte do animal, principalmente se ele já tiver algum problema de saúde.
Mas, adverte o infectologista Flávio Telles, "é importante deixar claro que os gatos não são culpados, e sim vítimas. As pessoas não devem matá-los ou fazer mal a eles".
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