Durante o mês de abril, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta para que os países observem “com atenção” os casos de uma até agora misteriosa hepatite aguda e grave que ataca crianças. A doença, que apresenta um quadro de falência hepática, já atingiu 11 países e chegou ao Brasil.
A primeira ocorrência suspeita da hepatite foi notificada há uma semana, no Rio de Janeiro. Em comunicação de risco feita pelo Ministério da Saúde para as secretarias, a pasta destaca que o registro ocorreu em Niterói, região metropolitana do Rio. O paciente é um menino de 3 anos.
Há outros suspeitos na capital. O ministério monitora sete casos prováveis da doença no país. Uma das crianças precisou se submeter a um transplante de fígado e um bebê de oito meses morreu.
Além do Rio, há ocorrências nos municípios de Ivaiporã, Cascavel e Pinhais, no Paraná.
A maioria apresentava quadros de falência do fígado e respiratória. Porém, não existe nada em comum entre elas e ainda não se sabe o que causa a doença.
Até quarta-feira (4), a OMS havia contabilizado 228 ocorrências no mundo. Embora ainda não se tenha confirmação, a suspeita é que a doença seja causada por um adenovírus, uma vez que nenhum dos vírus que causam as hepatites A, B, C, D ou E foram encontrados nas amostras, segundo informações de O Globo.
A OMS divulga que pelos testes laboratoriais realizados “a síndrome respiratória aguda grave causada pelo coronavírus e/ou adenovírus foram detectados em vários casos”.
Apesar de alguns pacientes terem testado positivo para Covid, a OMS afirma que ainda é cedo para cravar a relação direta deste tipo novo de hepatite com o coronavírus.
"Alguns casos exigiram transferência para unidades especializadas em fígado infantil e seis crianças foram submetidas a transplante de fígado", diz o comunicado da OMS.
O que se sabe até agora:
- Os sintomas até agora relatados incluem enzimas (substâncias) hepáticas acentuadamente elevadas, muitas vezes com icterícia e às vezes precedida por sintomas gastrointestinais, principalmente até 12 anos de idade. Os pacientes podem ter febre, dor abdominal, diarreia, vômito, tosse e problemas pulmonares.
- Algumas crianças foram transferidas para unidades pediátricas especializadas em fígado; houve casos que necessitaram de transplantes.
- No Reino Unido, infecções pelo Sars-CoV-2 e/ou adenovírus foram detectadas em "vários casos", segundo a OMS, mas o número específico não foi divulgado. Também não está claro se há relação direta desses casos com a Covid.
- Até agora, nenhum fator de risco epidemiológico foi identificado - incluindo viagens internacionais recentes. Exames laboratoriais para outras infecções, produtos químicos e toxinas estão em andamento para os casos registrados.