Nesta terça-feira (10) celebra-se o Dia Mundial do Lúpus para conscientizar sobre a existência dessa doença crônica e grave que afeta milhares de pessoas ao redor do mundo.
O Lúpus é uma doença autoimune: quando funciona normalmente, o sistema imunológico do corpo das pessoas destrói germes que podem infectar e células que poderiam potencialmente se desenvolver em algum tipo de câncer. O que acontece nas chamadas doenças autoimunes é que o sistema imunológico começa a atacar células saudáveis. E é isso o que ocorre com o lúpus. É como se o corpo atacasse a si mesmo.
De acordo com a Fundação Lúpus da América estima-se que pelo menos 5 milhões de pessoas em todo o mundo tem um tipo de lúpus. Trata-se de uma doença que ataca principalmente mulheres em idade reprodutiva. Mas, homens também podem desenvolver lúpus.
Dessa maneira, a Fundação Lúpus da América aponta que 90% das pessoas que vivem com lúpus são mulheres. A maioria das pessoas com lúpus desenvolve a doença entre 15 e 44 anos.
Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, há dois tipos principais de lúpus: o cutâneo, que se manifesta apenas com manchas (geralmente avermelhadas ou eritematosas e daí o nome lúpus eritematoso), principalmente nas áreas que ficam expostas à luz solas (rosto, orelhas, colo e nos braços) e o sistêmico, no qual um ou mais órgãos internos são acometidos.
No Brasil existe a campanha Fevereiro Roxo, que visa conscientizar a população sobre três doenças crônicas: o Alzheimer, a fibromialgia e o lúpus.
Dados do Ministério da Saúde indicam que no Brasil cerca de 65 mil pessoas sejam acometidas pelo lúpus, sendo a maioria mulheres. Acredita-se, assim, que uma a cada 1,7 mil mulheres no país tenha a doença.
Sintomas
- Lesões de pele: as lesões mais características são lesões avermelhadas em maçãs do rosto e dorso do nariz.
- Dor e inchaço, principalmente nas articulações das mãos
- Inflamação de pleura ou pericárdio (membranas que recobrem o pulmão e coração)
- Inflamação do rim
- Alterações no sangue podem ocorrer em mais da metade dos casos: diminuição de glóbulos vermelhos (anemia), glóbulos brancos (leucopenia), dos linfócitos (linfopenia) ou de plaquetas.
- Inflamações no cérebro, o que pode causar convulsões, alterações do comportamento ou do nível de consciência e até queixas sugestivas de comprometimento de nervos periféricos.
- Inflamações de pequenos vasos (vasculites) podem causar lesões avermelhadas e dolorosas em palma de mãos, planta de pés, no céu da boca ou em membros.
- Febre sem ter infecção, emagrecimento e fraqueza são comuns quando a doença está ativa.
- Manifestações nos olhos, aumento do fígado, baço e gânglios também podem ocorrer em fase ativa da doença.
Tratamentos
No Brasil o tratamento do lúpus pode ser feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O paciente que apresentar alguns dos sintomas deve buscar a Unidade Básica de Saúde (UBS).
O traimento depende da manifestação apresentada por cada um dos pacientes, portanto, deve ser individualizado. O objetivo é o controle da doença, a minimização dos efeitos colaterais dos medicamentos e uma boa qualidade de vida aos seus portadores.
O tratamento é individualizado e pode ser medicamentoso ou não medicamentoso.
Celebridades que vivem com o lúpus
O lúpus ganhou mais popularidade por conta de algumas celebridades que tornaram público a sua vivência com a doença. Abaixo elencamos algumas delas:
Lady Gaga - A cantora tornou pública a sua condição em 2010, mas, na época ela ainda não apresentava os sintomas. Porém, em 2017 Gaga teve de cancelar shows devido a complicações com a doença e com a fibromialgia, que ela também sofre.
No documentário "Five Foot Twoo" (Netflix/2017) acompanhamos a cantora em uma de suas crises e ela fala sobre como é viver com a doença.
Selena Gomez - a jovem cantora é afetada pelo tipo sistêmico do lúpus. Em 2017 ela revelou que passou por um transplante de rim, que foi afetado pela doença.
A atriz e amiga da cantora Francia Raisa foi quem doou o órgão para Selena pudesse continuar a sua luta contra a doença.
Astrid Fontenelle - a jornalista brasileira recebeu o diagnóstico da doença em 2012 e na época ficou internada por 15 dias.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, Astrid falou sobre a doença: "Hoje continuo com uma medicação específica para o lúpus e tomo muito cuidado com gripes, inflamações. O sol pode ser um perigo. A queimadura do sol é uma inflamação, e eu não posso correr o risco. E, desde o início, adotamos práticas de higiene preciosas: não entra ninguém na minha casa de sapatos sujos, e a água de casa é toda filtrada. Tudo isso para minimizar os riscos de infecções".
Com informações do Ministério da Saúde, Sociedade Brasileira de Reumatologia e Infobae.