Há uma boa razão, mas nenhuma justificativa para as Forças Armadas Brasileiras terem comprado 35 mil comprimidos do medicamento Viagra, da Pfizer. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 30% dos homens acima de 18 anos apresentam algum tipo de disfunção erétil.
Até onde se sabe, no entanto, a maioria dos portadores do problema não se trata com recursos públicos, como parece ser o caso dos militares brasileiros. Dados divulgados no Portal da Transparência e do Painel de Preços do governo federal mostram que ao menos oito pregões foram realizados por unidades ligadas aos comandos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. Os processos de compra foram homologados em 2020 e 2021 e seguem válidos neste ano.
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Disfunção erétil no Brasil
No Brasil, a estimativa é que mais de 25 milhões de homens com mais de 18 anos tenham algum grau de impotência, mas as estimativas são subnotificadas, pois muitos homens têm vergonha de procurar ajuda. Destes, pelo menos 11,3 milhões apresentam o problema em nível moderado e severo. Além disso, mais de 1 milhão de novos casos surgem a cada ano de acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia.
O médico urologista Eyder Leite afirmou em entrevista ao site O Tempo que “conforme a idade vai aumentando, crescem as porcentagens do problema, mas é mais comum do que se pensa. Vivemos em uma sociedade machista e principalmente temos uma cultura latina que diz que o homem não pode ter falhas. Então, quando isso acontece, ele costuma não aceitar e tem preconceito em procurar ajuda de um profissional, e isso faz com que muitos caiam em armadilhas pela internet que prometem soluções milagrosas”.
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O urologista da rede Mater Dei e professor da UFMG Bruno Mello lembra que “muitas vezes é a esposa que marca a consulta e dá uma força para desinibir”.
Razões para disfunção erétil
Os especialistas afirmam que há uma lista de razões diferentes para a disfunção erétil. Quando a causa é orgânica, o problema pode estar relacionado a diabetes, obesidade, deficiência hormonal e aterosclerose, que é quando há o acúmulo de placas de gordura nas paredes das artérias.
O problema, no entanto, também pode estar relacionado a razões psicológicas, que acometem 70% dos homens, segundo especialistas. Um levantamento realizado pelo Projeto Sexualidade (ProSex), do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, e pelo Instituto Oswaldo Cruz, apontou que existem dois tipos principais de estresse: a preocupação em manter o pênis ereto (46,9%) e em satisfazer a parceira (54,8%).
Além do estresse, tabagismo, problemas na próstata e uso de anabolizantes ou remédios contra hipertensão podem desencadear vários níveis de impotência. O sedentarismo, inclusive, é outro vilão. Uma pesquisa realizada com pacientes do Centro de Referência da Saúde do Homem em São Paulo revelou que 90% dos homens sedentários estão mais propensos a sofrer de impotência sexual.
Com informações de O Tempo