A atriz Ana Beatriz Nogueira, de 54 anos, que está no ar em "Um Lugar Ao Sol", da Rede Globo, no papel de Elenice, descobriu um tumor no pulmão, em estágio bem inicial.
A artista tomou conhecimento da doença após ter Influenza e precisar fazer uma tomografia. Nogueira deverá passar por uma cirurgia ainda em março para a retirada do tumor. Dessa forma, deve voltar para as gravações da novela "Olho por Olho", na qual está escalada, previstas para maio.
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O câncer de pulmão é o segundo tipo mais comum em homens e mulheres no Brasil, e o primeiro em todo o mundo desde 1985, tanto em incidência quanto em mortalidade, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Cerca de 13% de todos os casos novos de câncer são de pulmão.
É consenso entre especialistas que a principal causa é o tabagismo e a exposição passiva ao tabaco, tanto que 85% dos casos diagnosticados têm associação com o consumo de derivados de tabaco. Por isso, algumas recomendações de especialistas são não fumar, evitar o tabagismo passivo, além de evitar a exposição a agentes químicos (como arsênico, asbesto, berílio, cromo, radônio, urânio, níquel, cádmio, cloreto de vinila e éter de clorometil), presentes em determinados ambientes de trabalho.
“Nós vemos novas formas de tabagismo chegando, como o cigarro eletrônico, por exemplo, que têm atraído principalmente os adolescentes, pelo formato, novidade e falta de informação sobre o impacto nocivo deles. Então, estamos vendo uma geração que tinha largado o cigarro, voltar para versões digamos, mais modernas, do mesmo mal”, alerta a oncologista Mariana Laloni, da Oncoclínicas São Paulo.
"Outros fatores de risco estão relacionados à saúde de forma geral, como obesidade, sedentarismo e má alimentação", indica Mariana Souza Marcondes Cordeiro, oncologista clínica do Hospital São Francisco de Mogi Guaçu.
“Os principais sinais de alerta são tosse, falta de ar e dor no peito. Outros sintomas inespecíficos também podem surgir, entre eles perda de peso e fraqueza. Em poucos casos, cerca de 15%, o tumor é diagnosticado por acaso, quando o paciente realiza exames por outros motivos. Por isso, a atenção aos primeiros sintomas é essencial para que seja realizado o diagnóstico precoce da doença, o que contribui amplamente para o sucesso do tratamento”, indica Mariana Laloni.
Mariana Cordeiro diz que o câncer de pulmão "pode apresentar sintomas, às vezes, no quadro mais avançado, quando obstrui alguma via aérea mais importante. Nesse caso o paciente sente falta de ar, que começa com uma tosse persistente; e pode ter sangramento ao tossir. Outro aspecto é o surgimento de pneumonias de repetição, ou seja, com pouco espaço de tempo entre uma e outra".
Ela explica que os tumores que começam na periferia do pulmão costumam ser assintomáticos. "Nesses casos, a gente acaba descobrindo na metástase (quando o câncer se espalha para outros órgãos) ou por algum exame de rotina".
Existe a possibilidade de cura
Em relação à possibilidade de cura, Mariana Cordeiro afirma que, de forma geral, todos os cânceres, quando diagnosticados precocemente, têm uma taxa alta de cura, inclusive o de pulmão.
"Hoje, na oncologia, nosso principal problema, quando o câncer é assintomático, é que o paciente já chega pra gente na forma mais grave da doença, o que causa dificuldade maior de cura. No início, há cirurgia, por exemplo", acrescenta.
A médica destaca, ainda, que cada tipo da doença exige pesquisas genéticas e tratamento específico. "Quando há mutações dos genes dentro dos subtipos de câncer de pulmão existem drogas-alvos específicas. Caso não haja mutação, o tratamento vai entre quimioterapia e imunoterapia. Esta última é um tratamento relativamente novo, que apresenta sobrevida bem significativa, principalmente nos pacientes metastáticos", completa.
Diagnóstico e detecção precoce
Dados do Inca apontam que apenas 16% dos cânceres são diagnosticados em estágio inicial, para o qual a taxa de sobrevida após cinco anos é de 56%.
A detecção precoce pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais, endoscópios ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença (diagnóstico precoce), ou de pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento), mas pertencentes a grupos com maior chance de ter a doença.
Estudos recentes mostraram a possibilidade de que a realização de uma tomografia de baixa dose de radiação em grandes fumantes (um maço por dia por 30 anos), com mais de 55 anos de idade, possa reduzir a mortalidade por esse câncer. Entretanto, há riscos ligados à investigação que se segue nos casos positivos. Por isso, a decisão de fazer ou não esse exame deve ser discutida entre o paciente e o médico.
Os 11 sintomas mais comuns do câncer de pulmão
O diagnóstico precoce do câncer de pulmão é possível em apenas parte dos casos, pois a maioria dos pacientes só apresenta sinais e sintomas em fases mais avançadas da doença. Os sinais e sintomas mais comuns e que devem ser investigados são:
- Falta de ar;
- Diminuição do apetite;
- Dor nas costas;
- Dor no tórax;
- Tosse e rouquidão persistentes;
- Sangramento pelas vias respiratórias;
- Dor no peito;
- Dificuldade para respirar;
- Fraqueza;
- Perda de peso sem causa aparente.
Na maior parte das vezes esses sintomas não são causados por câncer, mas é importante que eles sejam investigados por um médico, principalmente se não melhorarem em poucos dias.