Em entrevista à Patrícia Kogut, no jornal O Globo nesta quinta-feira (17), a culinarista e apresentadora Bela Gil, que foi indicada para o Grupo Técnico de combate à fome no Governo de Transição, se definiu como "sapiossexual".
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"Minha autoestima e esse senso de beleza estão muito relacionados ao intelecto. Eu sou sapiossexual, eu me atraio por pessoas inteligentes, não necessariamente bonitas. Então eu não acho que eu tenho que ser hiper, ultra, megabonita. Então, assim... Para que eu vou botar silicone, entendeu? Deixa eu ler um livro porque vai funcionar muito mais", disse.
Bela disse ainda que abriu seu casamento com o designer JP Demasi durante o puerpério - fase após o nascimento dos filhos - por não sentir vontade de transar.
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"Eu falei [que se ele quisesse, poderia procurar sexo fora do casamento]. Mas isso eu sempre falei. Não era uma questão, mas era para me defender. Nesse caso específico era para me defender. Porque seria uma violência [eu fazer]. Para mim [não fazer sexo naquele momento]. Eu achava que, se ele aliviasse essa vontade fora, ele não ia cobrar de mim. Então, eu ia ficar 'de boa'".
O que é "sapiossexual"?
A sapiossexualidade é a atração sexual pela inteligência. A pessoa que se define como sapiossexual leva mais em conta a sabedoria, a conversa e a afinidade intelectual do que os atributos físicos, como a beleza e o corpo do parceiro.
Apesar de o termo ter se popularizado nos últimos anos, há ainda poucos estudos sobre o tema. Em um deles, realizado em 2017 na Austrália, apenas 8% dos entrevistados - que responderam a um questionário com questões como "escutar alguém falar de forma extremamente inteligente me excita sexualmente" - se encaixaram no perfil de sapiossexuais.
No entanto, a pesquisa que a questão é muito mais de afinidade intelectual - de relacionar-se com alguém que tem um nível semelhante de conhecimento - do que puramente de QI, o chamado Quoeficiente Intelectual.
O estudo mostra que o desejo caia abruptamente quando pessoas com nível de inteligência mediano se deparavam com parceiros com QI 120 - atingido por cerca de 10% da população.
A pesquisa concluiu, portanto, que a inteligência é apenas um dos fatores que faz com que as pessoas sintam-se atraídas sexualmente por outras - e não um fator determinante. Outros atributos, como o físico, também são levados em conta na hora do sexo.