*Matéria editada e atualizada às 23h00, em 06/10/22, para correção de informação. Diferentemente do que havia sido informado, o caso em questão não se trata de poliomielite, mas sim de um caso de Paralisia Flácida Aguda (PFA), suspeito de um evento adverso à vacina da pólio
A Diretoria de Vigilância em Saúde do Pará (DVS/SESPÁ) anunciou, nesta quinta-feira (6), que havia detectado o polivírus (SABIN LIKE 3) nas fezes de uma criança de 3 anos no município de Santo Antônio do Tauá, no interior do estado. A divulgação ocorreu via comunicado do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde do Pará (CIEVS/PA).
Apesar do resultado positivo, o documento diz que “outras hipóteses diagnósticas não foram descartadas, como Síndrome de Guillain Barré, portanto o caso segue em investigação conforme o que é preconizado no Guia de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde”.
No final da tarde, porém, o Ministério da Saúde, que também investiga o caso, divulgou nota informando que não há circulação viral da poliomielite no estado do Pará. Segundo a pasta, trata-se de um caso de paralisia flácida aguda que está sendo investigado e que poderia estar associado a um evento adverso raro da vacina contra a pólio.
"O tipo de vírus detectado no exame é um dos componentes da vacina, não se tratando do pólio vírus selvagem, já erradicado no país desde 1994", diz em nota, por sua vez, a Secretaria de Saúde do estado do Pará.
Os sintomas iniciais, que incluem dores musculares, febre e paralisia flácida aguda (PFA), surgiram no dia 21 de agosto. Algumas semanas após, o menino perdeu a força nos membros inferiores, sem conseguir ficar em pé.
A última vez que o Brasil registrou um caso de poliomielite foi em 1989. Desde então, a cobertura vacinal havia erradicado o vírus da paralisia no país, com taxas acima de 95% de vacinação da população infantil.
Confira a nota do Ministério da Saúde sobre o caso
"O Ministério da Saúde informa que não há registro de circulação viral da poliomielite no Brasil.
A pasta enviou equipe ao estado do Pará nesta quinta-feira (6) para investigar um caso de Paralisia Flácida Aguda. De acordo com informações enviadas pela secretaria estadual de saúde, o caso pode estar relacionado a um evento adverso ocasionado por vacinação inadequada. É importante ressaltar que não se trata de poliomielite.
O Ministério da Saúde reforça que pais e responsáveis vacinem suas crianças com todas as doses indicadas para manter o país protegido da poliomielite, doença erradicada no Brasil"
Prevenção e consequências
O único modo de prevenir a pólio é a vacinação, com três doses, que proporciona imunidade de quase 100%. A doença não tem cura.
As principais sequelas da poliomielite são: problemas e dores nas articulações; pé torto, conhecido como pé equino, em que a pessoa não consegue andar porque o calcanhar não encosta no chão; crescimento diferente das pernas, o que faz com que a pessoa manque e se incline para um dos lados, causando escoliose; e causa paralisia em muitos casos.
Trata-se de uma doença contagiosa, provocada pelo vírus. Pode infectar crianças e adultos por intermédio do contato direto com fezes ou secreções eliminadas pela boca de pessoas doentes.