RIO

Operação da PM em festa junina resulta em morte de office boy e cinco feridos no Rio de Janeiro

"Quem foi que autorizou? A vida do meu filho não volta, mas a gente precisa saber", disse o pai da vítima

Herus era pai de uma menina de dois anos de idade
Herus era pai de uma menina de dois anos de idadeCréditos: Reprodução
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Uma operação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da PMERJ terminou em tragédia na madrugada deste sábado (7) no morro Santo Amaro, na Zona Sul do Rio do Janeiro.

Durante a invasão policial, o jovem Herus Guimarães Mendes da Conceição, de 24 anos, foi alvejado e outras cinco pessoas foram feridas, incluindo um adolescente.

As imagens são assustadoras:

Herus, que trabalhava como office boy e era pai de uma criança de dois anos, foi atingido no abdômen e não resistiu após ser levado ao Hospital Glória D’Or, na Glória. Ele chegou a passar por cirurgia, mas morreu em decorrência dos ferimentos.

A comunidade do Catete vivia uma noite festiva com apresentações de quadrilhas juninas quando o Bope entrou na região. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o momento dos disparos e a correria dos moradores, entre eles crianças, jovens e idosos.

“A gente só quer que alguém nos procure e diga quem autorizou aquilo. Secretário de Segurança, chefe do Bope, que alguém nos procure e explique. Quem autorizou? A vida do meu filho não volta, mas a gente precisa saber”, desabafou Fernando Guimarães, pai de Herus.

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, se manifestou nas redes sociais. “Crianças, jovens e idosos que estavam em uma festa junina foram surpreendidos com rajadas de tiros. Um jovem morreu e várias pessoas ficaram feridas por uma política de segurança pública que não respeita a vida daqueles que moram em favelas e periferias”, escreveu.

Em nota, a Polícia Militar do Rio de Janeiro afirmou que a ação foi motivada por uma “emergência operacional” após a corporação receber informações sobre criminosos fortemente armados que estariam se preparando para uma disputa territorial.

A PM alegou que houve disparos contra os policiais, mas negou revide e disse que as câmeras corporais dos agentes estavam ligadas. A Corregedoria acompanha a apuração.

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