Camarão engasgado detona popularidade de Bolsonaro nas redes

De acordo com pesquisa Modalmais-AP Exata, que monitora as redes sociais, a reprovação ao presidente atingiu seu patamar mais alto desde o início do mandato

Jair Bolsonaro e a filha Laura passeiam de jet ski da Marinha em Santa Catarina (Reprodução/Youtube)
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As férias em Santa Catarina do presidente Jair Bolsonaro (PL), enquanto vários municípios da Bahia sofriam com as enchentes, fizeram com que a sua reprovação aumentasse.

De acordo com dados da 63ª edição da Pesquisa Modalmais-AP Exata, divulgada nesta sexta-feira (7), que monitora as redes sociais, a reprovação ao presidente atingiu 54%, seu patamar mais alto desde o início do mandato.

O levantamento foi realizado entre os dias 3 e 7 de janeiro, e registrou que 54% dos internautas de 145 cidades brasileiras consideram a gestão de Bolsonaro ruim ou péssima. Na pesquisa anterior, esse percentual era de 53,8%, acima dos 53,5% de uma semana antes, mostrando uma curva ascendente da rejeição do presidente.

Já os que acham a atual administração boa ou ótima caiu de 24,5%, há duas semanas, para 24,1%, nesta semana. O percentual de pessoas que avalia o governo Bolsonaro como regular ficou estável em 21,9%.

Internação

Nem a internação do presidente conseguiu reverter a repercussão negativa das férias de Bolsonaro.

“A internação do presidente no primeiro dia útil do ano expôs Bolsonaro a uma forte onda de críticas e também revelou dificuldades da militância digital governista em combater o discurso desfavorável. Se, em 2017, bolsonaristas dominavam a narrativa das redes, o cenário, hoje, é completamente diferente. Bolsonaro influencia apenas a sua bolha de apoiadores e revela uma enorme dificuldade de conquistar internautas fora da sua área de influência”, destacou o levantamento.

A pesquisa aponta que a internação de Bolsonaro reforçou a ideia de que ele saiu de férias enquanto a Bahia enfrentava problemas graves de cheias. Opositores também conseguiram impor a ideia de que o presidente estaria tentando se aproveitar da internação para gerar comoção, o que foi muito rechaçado. “Além disso, surgiram muitos memes dizendo que Bolsonaro teria obtido uma punição divina e ironizando que ele teria conseguido um atestado para não trabalhar no primeiro dia útil do ano”, acrescentou o documento.

O camarão

Bolsonaro teve um pico de menções positivas no primeiro dia do ano, após sua aparição com a primeira-dama Michelle Bolsonaro. Sua internação, na segunda-feira (03), provocou uma queda abrupta nas menções positivas que ainda não foi revertida, de acordo com a pesquisa.

O levantamento indicou que houve muitas acusações de que o chefe do Executivo “cometeu excessos nas festas de fim de ano, resultando em problemas de saúde. “A crise foi reforçada com a notícia de que ele encontrou dificuldades para digerir um camarão engolido inteiro. A reação aos ataques de opositores foi ainda comprometida por uma guerra interna que acontece dentro da esfera do bolsonarismo”, destacou o levantamento.

Com informações do Blog do Vicente