O depoimento da advogada Bruna Morato, que defende os médicos responsáveis pelas denúncias contra a Prevent Senior, tem sido considerado um dos mais fortes e contundentes desde o início da CPI do Genocídio.
A Prevent Senior está sendo investigada, a partir de dossiê feito por esses médicos, por realizar experimentos ilegais com medicamentos sem eficácia em pacientes com Covid sem o consentimento dessas pessoas, alterando prontuários e certidões de óbito.
Durante o interrogatório na CPI, a advogada deu detalhes sobre os procedimentos macabros adotados pela operadora de saúde em um suposto "pacto" com o governo Bolsonaro que teria por objetivo ocultar mortes por Covid-19, promover os remédios sem eficácia para iludir a população e, assim, dar sustentação à estratégia do governo contra o isolamento social.
A gravidade das denúncias desnudadas por Bruna Morato fez com que, rapidamente, ela se tornasse alvo das milícias digitais bolonsaristas que atuam nas redes sociais. Entre os ataques, circula a fake news de que ela seria filha de Adelvânio Francisco Morato, presidente da Federação Brasileira de Hospitais. Isso, segundo os bolsonaristas, invalidaria seu depoimento.
"Vc não sabia? A advogada Bruna Morato, que está demonizando o Prevent Senior na CPI, é filha do presidente da Federação Brasileira de Hospitais... NÃO ENTENDEU!? QUER QUE EU DESENHE!!?", diz postagem de uma bolsonarista no Twitter. Quase todas as postagens que espalham essa fake news contêm o mesmo tom.
"Senador, o sr sabia que a advogada Bruna Morato é filha do Presidente da Federação Brasileira de Hospitais? Aí tem! Foi tudo armado", escreveu outra usuária da rede social como comentário a uma publicação do senador Marcos Rogério (DEM-RO).
Em nota, Bruna Morato esclareceu que as postagens feitas pelos bolsonaristas são mentirosas. "A acusação - mais uma lamentável tentativa de desmerecer a mensageira por não conseguir desmentir a mensagem - leva em conta apenas a simples coincidência do sobrenome de ambos", diz o texto.
Segundo o comunicado, o pai de advogada faleceu há "vários anos, quando ela nem havia ainda se formado na faculdade de Direito".
Bruna Morato informa, ainda, que vai processar os responsáveis pela fake news caso elas não sejam retiradas do ar ou se os autores não se retratarem.
Confira a íntegra da nota
"A advogada Bruna Morato informa que, diferente do que circula em publicações nas redes sociais, ela não é filha do senhor Adelvânio Francisco Morato, presidente da Federação Brasileira de Hospitais.
A acusação - mais uma lamentável tentativa de desmerecer a mensageira por não conseguir desmentir a mensagem - leva em conta apenas a simples coincidência do sobrenome de ambos.
Na verdade, o pai da advogada faleceu há vários anos, quando ela nem havia se formado ainda na faculdade de Direito.
Os responsáveis pela publicação e sua propagação responderão na Justiça caso não retirem a calúnia ou não se retratem"