O ex-presidente Lula (PT) usou as redes sociais, nesta terça-feira (14), para "comemorar" o aniversário de 4 anos da fatídica apresentação de PowerPoint exibida pelo ex-coordenador da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, que o acusava de chefiar organização criminosa.
No dia 14 de setembro de 2016, o procurador exibiu um "diagrama" com uma série de associações descontextualizadas a Lula. A apresentação, ao longo dos anos, virou motivo de piada.
Exatamente 4 anos depois, vem à tona uma carta próprio punho escrita em maio deste ano pelo ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, em que confessa que mentiu ao acusar Lula de corrupção e tráfico de influência junto ao governo da Costa Rica.
O processo em que a carta de Léo Pinheiro estava anexada foi arquivado pela Justiça nesta segunda-feira (13) e, assim, o petista chegou a sua 19ª vitória judicial no âmbito das perseguições da Lava Jato.
"No aniversário daquele famoso PowerPoint, o que comemoramos são as 19 VITÓRIAS de Lula na Justiça!", escreveu o perfil oficial do Instituto Lula nas redes sociais. O ex-presidente, por sua vez, compartilhou a postagem.
Último processo
Agora, o único processo a que o ex-presidente responde diz respeito a supostas irregularidades na compra de caças suecos no governo de Dilma Rousseff.
Lula seria ouvido pela justiça em maio sobre o inquérito, mas teve a oitiva adiada pelo juiz Frederico Botelho de Barros Viana, juiz da 10ª Vara Federal de Brasília.
O Ministério Público (MP) acusa Lula de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa por ter supostamente participado de negociações para a aquisição dos caças.
Para justificar sua decisão, o juiz considerou os novos elementos apresentados pela defesa de Lula, que pediu suspeição dos procuradores Frederico de Carvalho Paiva e Herbert Reis Mesquita.
Os advogados do ex-presidente afirmam que as mensagens entre procuradores que atuavam na Lava Jato, obtidas por hackers, mostram, claramente, que a denúncia dos caças foi idealizada pelos integrantes da operação de Curitiba, em um “plano” que buscava “liquidar” Lula, por meio de “acusações frívolas, apresentadas em número elevado e repetidas”.
Paiva e Mesquita foram envolvidos nas discussões em grupos no Telegram e “não apenas tomaram conhecimento das ilegalidades que estavam sendo praticadas pela ‘Lava Jato’ de Curitiba contra os excipientes [Lula e seu filho Luís Cláudio] como também passaram a delas participar”, alega a defesa.