Usada por Jair Bolsonaro (PL) para escapar do monitoramento sobre o Whatsapp, o Telegram acaba de entrar na mira do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em ofício ao fundador e CEO da rede social, Pavel Durov, o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, pediu colaboração para detectar grupos de propagação de fake news e discursos de ódio que podem influenciar a eleição brasileira em 2022.
No documento, Barroso cita parcerias da corte com outras plataformas, como Whatsapp, Facebook, Google, Twitter, Instagram, Linkedin e Tiktok.
“Muitas dessas iniciativas se juntaram ao Tribunal em sua missão de garantir que os eleitores tenham acesso a informações verdadeiras sobre o processo eleitoral, para que possam exercer o seu direito de voto de forma consciente e informada”, diz o texto.
Advogado especialista em Direito Digital, Wilson Furtado Roberto afirmou em entrevista à Fórum que tem percebido a movimentação do clã presidencial em direção a ferramentas que não tem base no Brasil. “Bolsonaro e outros candidatos tem começado a utilizar ferramentas como o Telegram que, por não terem base no Brasil, não poderão ser afetadas por nenhuma decisão judicial, salvo se sair uma bloqueando os IPs utilizados pela rede social”, explica o jurista.
Em outubro, o presidente ultrapassou a marca de 1 milhão de inscritos na plataforma. Preso por ameaçar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Daniel Silveira (PSL-RJ) criou um canal no Telegram após ser banido do Twitter, Instagram e Facebook. Allan dos Santos, detido por espalhar fake news, mantém até hoje uma conta no aplicativo, com mais de 122 mil inscritos.