MTST sobre o camarão a Wagner Moura: "Quem gosta de ver pobre roendo osso é Bolsonaro"

Eduardo Bolsonaro instigou a milícia digital contra o movimento social por ter servido quentinha com vatapá ao diretor de Marighella durante exibição do filme

Eduardo Bolsonaro não gostou de ver Wagner Moura comendo camarão em ocupação do MTST (Reprodução)
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O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), através de seu perfil oficial no Twitter, rebateu neste sábado (13) as críticas de bolsonaristas ao fato de ter servido uma quentinha com acarajé camarão a Wagner Moura, diretor do aclamado filme "Marighella", durante exibição do longa em uma ocupação esta semana.

Pela manhã, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que está ostentando luxo com seu pai, Jair Bolsonaro, em Dubai, nos Emirados Árabes, sugeriu que o movimento social seria uma fachada pois, para ele, camarão é um tipo de comida reservado à elite.

"Retrato do comunismo, socialismo, progressismo ou seja lá como queira se chamar essa fantasia que apenas promoveu o genocídio por onde passou. Enquanto a elite come camarão, a massa fica no esgoto. Não é a toa que em 13 anos de PT o MTST apenas cresceu (SIC)", escreveu o filho do presidente, abrindo uma porteira de ataques a Guilherme Boulos, líder do MTST, ao próprio movimento social e a Wagner Moura.

O MTST, então, além de agradecer à empresa que forneceu a comida que foi servida durante a exibição do filme "Marighella", rebateu os bolsonaristas.

"Nosso rolê é socializar comida e moradia pra todos. Camarão tb. Quem gosta de ver pobre roendo osso é o Bolsonaro", diz a postagem, mencionando ainda as marchas contra a fome que estão sendo encampadas pelo movimento em todo o país neste sábado (13).

https://twitter.com/mtst/status/1459544562813353987

Boulos também usou as redes sociais para comentar as críticas vazias dos bolsonaristas. "Direitistas raivosos com a foto do Wagner Moura comendo acarajé no prato na ocupação do MTST mostra que o bolsonarismo vibra com a fome e, acima de tudo, desconhece a cultura brasileira", escreveu.

Origem africana

Eduardo Bolsonaro ficou indignado que havia camarões no prato de Moura. A iguaria, para ele, é uma exclusividade dele, seus amigos e apaniguados. Em seu surto de ódio, o sheik da cafonice mal teve tempo para se dar conta que o acarajé tem origem africana, foi trazido para cá pelo povo Iorubá escravizado e conquistou o Brasil e o mundo.

Esqueceu também que tudo o que é servido em ocupações e eventos do MTST é financiado por doações e recursos próprios e não com dinheiro público, ao contrário das faustas viagens presidenciais.

Filme nacional mais assistido

De acordo com o Filme B, considerado o maior portal especializado no mercado de cinema do Brasil, “Marighella”, de Wagner Moura, que estreou há uma semana, já é o filme brasileiro mais assistido de 2021. O longa, que conta a história do guerrilheiro Carlos Marighella (1911-1969), que lutou contra a ditadura militar no Brasil na década de 70, teve 36,7 mil espectadores em seus quatro primeiros dias de exibição.