Asqueroso, Rodrigo Constantino zomba de pobreza menstrual: "Chicobras, o sangue é nosso"

Para defender veto de Bolsonaro à distribuição de absorvente entre mulheres em situação de vulnerabilidade, Constantino, que já disse que castigaria a própria filha se ela fosse estuprada, usou termo chulo, que liga menstruação à "porquice"

Rodrigo Constantino (Reprodução)Créditos: Reprodução/Jovem Pan
Escrito en REDES SOCIAIS el

Machista, misógino e asqueroso, a falta de cárater e a insensibilidade do colunista bolsonarista Rodrigo Constantino parece não ter limites.

Nesta sexta-feira (8), para defender o veto de Jair Bolsonaro (Sem partido) ao projeto de lei que previa doação de absorventes para mulheres em situação de vulnerabilidade, Constantino zombou da pobreza menstrual e divulgou pelo Twitter uma adaptação do logotipo da Petrobras com a sugestão: "Chicobrás: o sangue é nosso".

Em Portugal, "chico" é sinônimo de “porco” – daí a palavra “chiqueiro”. A conexão com a menstruação vem de uma época em que o período era considerado sujo, como um impedimento para relações sexuais. O termo “estar de chico” era algo como “estar sujo”.

"Você tem mãe, esposa, irmã, filha? Pergunte a elas o que elas acham deste seu tuíte. Eu não quero que mulher alguma a quem eu quero bem veja este meme repugnante, desprezível, que você se orgulha em divulgar", comentou o seguidor Severino Toscano do Rego Melo.

https://twitter.com/ToscanoRego/status/1446593547038306309

O comentário, no entanto, deve ser ignorado por Constantino, que já fez apologia ao estupro e afirmou que castigaria a própria filha em caso de estupro.

“Se minha filha chegar em casa, eu dou boa educação para que isso não aconteça, mas a gente não controla tudo, se ela chega em casa e fala: ‘pai, fui pra uma festinha e fui estuprada’. Eu vou falar: ‘Me dá as circunstâncias’. ‘Ah, fui pra uma festinha, eu e três amigas, tinha 18 homens, nós bebemos muito, tava ficando com dois caras e eu acabei dormindo. Fui abusada’. Ela vai ficar de castigo feio, eu não vou denunciar um cara desse pra polícia”, disparou Constantino no comentário, que provocou sua demissão da Jovem Pan.

Pobreza menstrual

De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), no Brasil, 25% das meninas entre 12 e 19 anos deixaram de ir à aula alguma vez por não ter absorventes.

Segundo um relatório da Unicef, mais de 60% das meninas, em todo o mundo, não são suficientemente informadas sobre a menstruação, o que pode tornar traumatizante os primeiros ciclos.