Mark Zuckerberg defende regulamentação da internet e afirma que imprensa “deturpa” seu trabalho

Em longo texto publicado em seu perfil no Facebook, o empresário diz que é sem fundamento apontar as redes sociais como responsáveis pela polarização política na sociedade

Mark Zuckerberg (Reprodução)Créditos: Facebook
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O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg publicou um longo texto noite desta terça-feira (6) em seu perfil oficial no Facebook. Na postagem ele pede desculpas pela queda dos serviços e afirmou que a sua principal preocupação não foi o dinheiro perdido, mas sim as pessoas.

"A preocupação mais profunda com uma queda como esta não é a quantidade de pessoas que mudam para serviços competitivos ou quanto dinheiro perdemos, mas o que significa para as pessoas que dependem dos nossos serviços se comunicarem com os entes queridos, gerirem as suas empresas ou apoiarem as suas comunidades", disse.

Além disso, Zuckerberg criticou o tratamento que a imprensa tem dado às redes sociais e que tal cobertura “deturpa” o real significado do Facebook e de outras redes.

"Tenho a certeza de que muitos de vocês encontraram a cobertura recente difícil de ler porque ela simplesmente não reflete a empresa que conhecemos. Preocupamo-nos profundamente com questões como segurança, bem-estar e saúde mental. É difícil ver uma cobertura que deturpa nosso trabalho e nossos motivos. No nível mais básico, acho que a maioria de nós simplesmente não reconhece a imagem falsa da empresa que está sendo pintada", lamenta.

O criador da maior rede sociai do mundo afirmou que não é verdade que a sua empresa seja uma ameaça para a democracia e que hoje o Facebook é a que mais investe no combate a fake news e discurso de ódio.

"Se quiséssemos ignorar a pesquisa, por que criaríamos um programa de investigação que lideraria a indústria para compreender estas questões importantes? Se não nos importássemos em combater conteúdos prejudiciais, então porque é que empregaríamos mais pessoas dedicadas a isto do que qualquer outra empresa no nosso espaço -- até mesmo maiores do que nós? Se quiséssemos esconder os nossos resultados, por que é que teríamos estabelecido um padrão de transparência para a indústria e informar o que estamos a fazer?".

Para Mark Zuckerberg não faz sentido afirmar que as redes sociais são responsáveis pela polarização na sociedade. "E se as redes sociais fossem tão responsáveis por polarizar a sociedade como algumas pessoas afirmam, então porque é que estamos a ver a polarização aumentar nos EUA enquanto ela permanece plana ou diminui em muitos países com o uso tão pesado das redes sociais de todo o mundo?", questiona.

"No centro destas acusações está esta ideia de que priorizamos o lucro em relação à segurança e bem-estar. Isso simplesmente não é verdade. Por exemplo, um movimento que foi posto em causa foi quando introduzimos a mudança de Interações Sociais Significadas para o Feed de Notícias. Esta mudança mostrou menos vídeos virais e mais conteúdos de amigos e familiares -- o que sabíamos que significaria que as pessoas passavam menos tempo no Facebook, mas essa pesquisa sugeriu que era a coisa certa para o bem-estar das pessoas. Isso é algo que uma empresa focada nos lucros sobre as pessoas faria?", comenta.

Por fim, Zuckerberg afirma que há uma necessidade de regulamentação da internet e se coloca à disposição para tal debate. "Não acredito que as empresas privadas devam tomar todas as decisões sozinhas. É por isso que há vários anos que defendemos a regulamentação da internet atualizada. Testemunhei várias vezes no Congresso e pedi-lhes para atualizarem estas regulamentações. Escrevi op-eds delineando as áreas de regulamentação que pensamos serem mais importantes relacionadas com eleições, conteúdo prejudicial, privacidade e concorrência".