70%: Publicações contra homofobia de Maurício Souza dominaram Instagram

Apesar de o bolsonarismo ter se mobilizado em prol do jogador de vôlei, a grande maioria das postagens sobre o assunto foram contrárias ao preconceito do atleta

Maurício Souza, Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro - Foto: Reprodução/Instagram
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Levantamento realizado pela consultoria Quaest mostra que as postagens homofóbicas do jogador de vôlei Maurício Souza foram rechaçadas em 70% das postagens feitas na rede sociais Instagram sobre o tema. Isso mostra que, apesar da movimentação do bolsonarismo para fazer o perfil do atleta crescer, a reação negativa foi estrondosa.

Pesquisa divulgada pelo colunista Thomas Traumann, da Veja, mostra que foram 15 milhões de postagens sobre o assunto na rede social e que 70% dessas publicações condenavam o comportamento preconceituoso do ex-jogador do Minas Tênis Clube e da Seleção Brasileira.

"O 70% a 30% nas redes sociais foi a maior derrota do bolsonarismo no mundo virtual desde 2018. Um dos efeitos do surgimento de Bolsonaro foi tirar do armário e naturalizar uma série de opiniões misóginas, homofóbicas, racistas e xenófobas. [...] O espírito do tempo mudou. O bolsonarismo segue forte, especialmente quando combate o que chama de “politicamente correto”. Mas o espírito do tempo está mudando", afirmou Traumann ao avaliar os dados do estudo.

Demissão de Maurício

Sob pressão de patrocinadores, atletas e jornalistas, o Minas decidiu demitir o jogador na quarta-feira (27). Há duas semanas, a DC Comics divulgou que o novo Super-Homem, filho de Clark Kent, se descobrirá bissexual nas próximas edições das histórias em quadrinhos. Depois da publicação, Maurício postou a foto de divulgação do Super-Homem e fez a postagem homofóbica: “Ah é só um desenho, não é nada demais. Vai nessa que vai ver onde vamos parar”.

Parlamentares acionam o MP contra Maurício

Parlamentares LGBTQIAP+ de 13 estados e sete partidos políticos encaminharam representação ao Ministério Público de Minas Gerais na sexta-feira contra o jogador por conta das publicações preconceituosas.

“A discriminação é nítida e direta, porque decorrente da intenção explícita de humilhar e constranger toda a população LGBTQIA+, causando prejuízo no exercício adequado do direito fundamental à cidadania e risco aumentado de violência por discursos como este”, afirmam sobre as postagens. Confira aqui o pedido na íntegra.